BBB – Por que nos interessamos tanto pela vida das outras pessoas?

O primeiro reality show estreou em 1973, nos Estados Unidos. Chamado de “UMA FAMÍLIA AMERICANA”, ele acompanhou, ao longo de 12 episódios, o dia a dia de um casal e seus cinco filhos. Devido ao sucesso, logo outros realities surgiram.

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Em 1999, um executivo da Endemol, um canal de TV da Holanda, criou o programa Big Brother, que foi inspirado no livro “1984”, de George Orwell.

 

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A obra, que é uma distopia futurista, conta a história de uma sociedade que é vigiada constantemente pelo Estado e mantém contato apenas com o chamado Grande Irmão, ou Big Brother, assim como os participantes do programa têm como único contato do mundo externo o apresentador.

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O Big Brother aqui no Brasil já está na sua 23ª edição, e a gente ainda se pergunta: por que esse reality faz tanto sucesso e por que as pessoas gostam tanto de assistir?

Eu, particularmente, assisti a primeira e a segunda edição, que aconteceram ambas, no mesmo ano, inclusive, 2002. Na época eu estava no 1º ano da faculdade de Psicologia e me interessava demais saber mais sobre aquele “experimento” de colocar umas 20 pessoas diferentes, confinados em um casa, por 3 meses, na disputa por prêmios em dinheiro, carros, e principalmente a FAMA. Sim, porque, hoje, é basicamente pela fama, que depois será revertida em engajamento em redes sociais, em participações em eventos e trabalhos, que, na maior parte das vezes, dá mais grana do que o próprio prêmio do reality.

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Mas, por qual motivo as pessoas se interessam tanto assim pela vida das outras pessoas?

Em primeiro lugar, o ser humano, é um ser um tanto voyeurista, ou seja, gosta de saber o que as outras pessoas estão fazendo, como elas estão se comportando, como se relacionam. Gosta de ver, de observar, de julgar.

Por que os beijos e a formação de casais são tão esperados? Porque as pessoas gostam de “espiar” a vida alheia e como as pessoas são na intimidade.

Outro motivo, é pela identificação. Nos identificamos com pessoas que pensam como a gente, que tem os mesmos valores que nós. Talvez por esse motivo, muitas pessoas foram “canceladas” nos realities mais recentes, porque as pessoas não concordavam com as suas atitudes. Enquanto outras foram facilmente idolatradas pelo público, porque se mostravam ordeiras e do bem.

Como é uma espécie de “laboratório” das relações humanas, alguns assuntos também são abordados e a sociedade e a internet como um todo sempre acabam discutindo sobre isso. Como relacionamentos tóxicos e o gaslighting que está sendo observado nessa edição. Assim como questões de racismo e de diversidade. Então, não deixa de ser uma forma de as pessoas observarem o comportamento das outras e repensarem sobre os seus próprios comportamentos. Hoje, acontece tudo muito rápido e a internet rapidamente se movimenta e mesmo que você não assista o programa, você provavelmente já viu algum comentário sobre, nas redes sociais.

Acredito, que nas edições mais recentes, por mesclarem celebridades com pessoas anônimas, o interesse seja ainda maior, porque as pessoas gostam de saber sobre a intimidade dos famosos, e em um reality, com câmeras transmitindo 24 horas por dia, dá pra saber muito sobre a intimidade deles.

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Então, basicamente podemos dizer, que boa parte das pessoas se interessam em observar e julgar o comportamento do outro. Se isso for apenas uma forma de entretenimento, OK. Mas é importante ter o cuidado de na vida, adotarmos uma postura não julgadora e de cuidarmos (além da vida das celebridades rsrs) da nossa própria vida, porque enquanto eu fico só cuidando o que é do outro, da vida do outro, eu deixo de prosperar na minha.

Pense nisso (e vá ler um livro rsrs), ou não rsrs

Somos livres para escolhermos a forma de entretenimento que mais nos interessa e nos agrada. E se o seu amigo gosta de assistir e até assinou o canal 24 horas, pra não perder nenhum detalhes, tá tudo bem também. Seria tão bom se o mundo não fosse tão polarizado e não fosse tão cheio de polêmicas. Seria bem mais fácil convivermos em paz e harmonia, respeitando as preferências de cada um…

Grande abraço

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Kátia Beal
Psicóloga – CRP 04/36616

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