Especialista aponta vantagens e desvantagens desta modalidade de estudo
Uma das heranças que pode ser encarada como positiva para muitos no chamado pós-pandemia é a instituição do Ensino à Distância (EAD). Eclodida com a necessidade de isolamento social, a modalidade pode ser uma tendência para as próximas gerações.
Porém, segundo a especialista Sandra Raphael, esse tema carece de muita reflexão. Para ela, não se trata apenas de ser positivo ou não, o EAD é uma excelente alternativa para a educação continuada (lifelong learning), mas é preciso entender que “nem tudo que nos serve obrigatoriamente nos cai bem”.
“Digo isso para relembrar que um ensino proveitoso e que capacita, requer alunos comprometidos, com foco, disciplina de estudo e que façam pesquisas, leiam bibliografias sobre o tema que esteja desenvolvendo e que estejam, de fato, comprometidos com o aprendizado e não apenas com o diploma”, pontuou.
Segundo Sandra, apesar de inacreditável, ainda existem pessoas que “trapaceiam” na hora de estudar e aprender, pensando que o diploma será a resolução dos seus problemas.
“Se enganam porque não é. O mercado de trabalho não vai considerar o seu diploma. O mercado considera sua capacidade efetiva, modelo mental, fluxo de raciocínio e entendimento das situações, além do aprendizado técnico e boas práticas e suas referências”, alertou.
Segundo Sandra, que tem atuação em Portugal, em países da Europa, com culturas educacionais mais efetivas, o EAD cai como uma luva. Mas, na África e em países da América do Sul, ainda segundo ela, isso precisa passar por um processo maior de maturidade e outras condições mais.
“Já falei em outras oportunidades sobre isso. Nesses lugares falta, infelizmente, uma cultura de disciplina para o estudo. O imediatismo do diploma faz com que muitos que recorrem ao EAD acabam driblando a plataforma para concluir o curso. Enquanto isso, o aprendizado não é efetivo. Uma pena já que se trata de lugares com imenso potencial, desde que os estudos sejam levados a sério, de forma satisfatória”, disse.
“O EAD pode ser um importantíssimo aliado na trilha da capacitação e qualificação desde que o aluno esteja comprometido com o aprendizado, que tenha disciplina e dedicação. Caso contrário, pode ser uma frustração para os que pensam que apenas o diploma irá mudar sua condição laboral, sua evolução profissional e, consequentemente, sua remuneração no mercado de trabalho”, completou.
Por Sandra Raphael