Estamos a cada dia evidenciando na sociedade a importância de trabalhar bem as crianças no seu processo de alfabetização, garantindo a elas essa aprendizagem, que a inclui na sociedade de forma ativa.
Um indivíduo alfabetizado alcança uma escala de maior qualidade de vida que envolve: grandes chances de sucesso nos estudos; horizontes ampliados; olhar expandido; conquistas cognitivas que o deixa interiormente mais rico; colonizador de mundos imaginários geograficamente inacessíveis.
Apesar de toda essa importância da alfabetização, o que se vê no Brasil é um triste cenário. Estudantes das séries finais do Ensino Fundamental sem conquistar essa aprendizagem. Nosso país já enfrentava problemas para alfabetizar as crianças antes da pandemia, isto pode ser comprovado nas análises da SAEB, que já mostrava números baixos de proficiência na leitura. Com a pandemia, sem o acesso às escolas, sem contato com métodos de alfabetização e sem o acompanhamento de um profissional preparado para facilitar esse processo, essa defasagem ampliou-se. O cenário atual do Brasil é de dois anos de estagnação na alfabetização.
As avaliações para medir a alfabetização devem deixar de ser uma mera constatação de um fracasso e se tornarem um importante instrumento de busca por estratégias eficientes que atinjam verdadeiramente as salas de aula, gerando aprendizagem e mudança desse triste cenário.
Alfabetizar exige a aplicação de um método, exige entender as especificidades de cada estudante e a partir disso, planejar e executar ações para garantir a aprendizagem. Alfabetizar também exige um alfabetizador empático.
Empatia nada mais é do que conectar-se com o outro abraçando suas necessidades e importando-se com cada uma delas. Buscando uma forma de alcançar o estudante e o levar ao sucesso, que nesse contexto, é proporcionar que ele seja integrado num ambiente leitor, a fim de ler o mundo de uma forma crítica e analítica e que a partir dessa leitura tome suas próprias decisões de forma consciente.
O Educador alfabetizador deve ter consciência que sua ação contribui, em grande parte, para que a alfabetização realmente aconteça. Sua formação continuada e o seu trabalho no dia a dia em sala de aula, adquire sentido e se efetiva quando essa aprendizagem é alcançada.
Parafraseando Teberosky (2003) – Acreditar que o aluno pode aprender é a melhor atitude para chegar a um resultado positivo na alfabetização. As crianças nas séries de alfabetização aprendem com muita facilidade, como uma esponjinha, absorvem tudo que lhes é apresentado. Se não existe patologia, o desenvolvimento é natural.
A alfabetização é mais do que uma obrigação. Requer empenho de todos, escola, educadores, famílias e estudantes. A conquista desse saber garante direitos básicos do cidadão. Ela é a instrumentalização para exercer a cidadania – e consequentemente, a autonomia – de maneira ativa e consciente. É entender o que está escrito e o que é escrito nas entrelinhas. É desvendar os olhos para um mundo de escolhas.
Por Jesiane Maria Fernandes de Oliveira
Coordenadora Colégio Batista Mineiro