A força feminina nas corporações de Defesa Civil

A  menina que largou o sonho de fazer administração para virar Major no Corpo de Bombeiros

Há muito tempo se fala que o lugar da mulher é onde ela quiser, e no Corpo de Bombeiros Militar não seria diferente. A Major do 5.º Batalhão de Corpo de Bombeiros Militar, Ana Paula Borges, de 46 anos, casada e mãe de três filhos, após  21 anos de serviços prestados, pode afirmar isso com muita veracidade, pois acredita que ser mulher é ter em sua essência a sensibilidade que a maternidade traz e a capacidade de servir ao próximo.

Apaixonada pela sua  profissão e sempre com um brilho no olho, ela  conta que essa não era a profissão dos seus sonhos quando criança, mas que a cada dia se sente mais realizada por ter a escolhido. Como consequência, ela acredita que as suas grandes conquistas, na verdade, são a junção das pequenas vitórias e das pessoas que ela pode atender as ocorrências e prestar ajuda diariamente. Porém, nem tudo são flores.

Para conseguir chegar onde chegou, ela teve que passar por um grande desafio em sua vida pessoal e profissional. Com o intuito de terminar a sua pós-graduação, Ana Paula teve que abdicar de 3 meses da sua vida em Uberlândia – MG, para ficar na capital do estado, podendo assim estar com seu marido e  seus filhos apenas durante os finais de semana.

Existem algumas ocorrências que lhe foram marcantes durante toda a sua trajetória, mas em especial, ela traz uma em que tinha como personagens os membros de uma família que viajava em um caminhão, o pai como motorista, a mãe e mais duas crianças. Eles sofreram um acidente na estrada de Araguari – MG, e infelizmente apenas uma das crianças conseguiu sobreviver. Até hoje ela mantém contato com a  sobrevivente.

Durante seu período de aspirante, logo após a sua formação, alguns dos seus companheiros de corporação, por não estarem acostumados a trabalhar com mulheres, principalmente com elas estando em situação de comando, demonstraram algumas dificuldades em se adaptar a essa nova realidade. Mas, com a convivência e o respeito mútuo, essa  adaptação foi um processo consideravelmente rápido.

Colocando Deus em primeiro lugar, Ana Paula garante que sua família é o grande pilar da sua vida, agradecendo em especial por ter um marido que entende as coisas pelas quais ela passa, visto que ele também trabalha no 5º Batalhão de Corpo de Bombeiros Militares. Ela também comenta em memória de seu pai, que de certa forma realizou o sonho dele de ter um filho, no caso uma filha, no exército.

Após conhecer a história por trás de cada uma das mulheres que estavam concorrendo ao concurso feito pela revista, a Major disse ter ficado mais do que lisonjeada em poder estar dentre tantas pessoas maravilhosas. Ela relatou ter achado o projeto muito bacana especialmente por ser uma forma de valorizar o papel das mulheres na sociedade, nas mais diversas áreas. Para finalizar, ela  ressaltou a  importância de cada uma das mulheres na sociedade. “Se hoje estamos aqui, é porque Deus permitiu que isso fosse assim e que cada uma saiba da sua importância, que estude, que busque, que se valorize enquanto  mulher e que não seja submetida a nenhuma situação de abuso, sempre lembrando o quanto cada uma é preciosa aos olhos de Deus.”

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