Afinal, é bullying ou não é?

Faz sentido para você dizer que o bullying sempre esteve presente nas relações sociais e na escola?

 

Me diz aí, quem nunca recebeu apelidos maldosos nessa vida?

Tenho estatura baixa, sou “baixinha” e a vida toda fui marcada por apelidos como “Nanica”, “Pintora de rodapé”, “Alpinista de poltrona”, “Arquiteta da Lego” e esses chamamentos por vezes em chateavam muito. É incrível como o ser humano tem facilidade de agir com desdém.

No mês de abril, mais precisamente no dia 07, comemora-se o dia nacional do combate ao bullying e violência na escola. Que triste termos que criar um dia para isso, não é mesmo?

A palavra “bullying” pode ser considerada uma terminologia contemporânea, sua categorização é recente, porém essa prática é ancestral, só que possuía outros codinomes. Para evitar que esse mal se prolifere é preciso entender no consiste ao certo essa prática, porque bullying não é brincadeira.

De acordo com Souza e Almeida, “a palavra bullying deriva do inglês bully, que apresenta duas definições; como substantivo o termo bully significa agressor e como verbo significa intimidar, e o seu derivado bullying definido como comportamento agressivo”.

O que mais deve atentar pais e educadores, é que o bullying é um fenômeno psicossocial e que essa situação deve ser bem observada e mediada, pois suas consequências na vida de um indivíduo podem atingir esferas emocionais, sociais e cognitivas, e que se não tratadas com o devido valor, podem atingir a vida de uma pessoas para além do período escolar.

Mas, nem tudo é bullying. Para que as ações sejam configuras como tal, família e escola devem estar atentas à três condições. De acordo com o educador e psicólogo Marcos Meier, configura-se bullying quando:

– a ação tem como intenção causar dano físico, moral ou emocional;

– as atitudes de terceiros são repetitivas, acontecem todos os dias de maneira sistemática e crescente;

– quando há um desequilíbrio de poder e força entre as partes.

A partir da observação desses três elementos geradores, que podemos chamar de “radar anti-bullying”, é que se deve agir imediatamente.

Fora isso, é fundamental que a família ao receber queixas de seus filhos, ajude-os a avaliar a situação antes da tomada de decisão. Não configurando bullying, é fundamental desenvolver neles a autonomia e estimular que eles tentem primeiramente a se responsabilizar pela própria solução do problema. Para as crianças é importante que o enfrentamento das situações escolares corriqueiras, se façam presentes no seu dia a dia, pois assim elas vão se fortalecer e aprender a lidar com os desafios que as cercam.

Sempre fui e sempre serei baixinha, mas por estar cercada de pessoas que me fortaleceram emocionalmente e me ensinaram a não validar essas falas pejorativas maldosas é que cresci emocionalmente saudável, pois entendi desde cedo que pequeno mesmo, era quem fazia aquilo.

Fortaleça emocionalmente seu filho. Cuide da autoestima dele, dê segurança e amor, seja empático, ajude-o a desenvolver a autonomia e autorresponsabilidade e principalmente, dê a cada situação o valor devido (nem mais, nem menos que ele merece). Assim, certamente ele estará blindado das provocações da vida.

6 thoughts on “Afinal, é bullying ou não é?

  1. Luciana Araújo de Faria says:

    O último parágrafo fiz tudo. Apoiar o desenvolvimento da autonomia é a “chave”. Você coloca em palavras verdades que precisam ser ditas. BULLSEYE.

  2. Marciley Neves says:

    Muito bom, parabéns. O texto nos remete à episódios cotidianos que muitas das vezes julgamos ser ou não buyling através de nossas vivências e não do conceito e definição do ato. Por isto devemos direcionar a comunidade ao aprofundamos do tema.
    Penso tbém o quão importantes é a prevenção, como programa educacional socioemocional.
    Deus te abençoe!

  3. Tamara says:

    Acho essa discussão muito importante e pertinente. Nós, enquanto pais e seres humanos, precisamos ter a sensibilidade de validar todo e qualquer incômodo dos nossos filhos e não tratar qualquer queixa como uma “bobeira”.
    Que as crianças e adolescentes se blindem no amor.

  4. Nilla Franco says:

    Excelente Texto!! Nossa família passou por este problema e talvez se tivesse a época lido um texto tão rico quanto este, teria minorado os impactos para nós!
    O bullying quando não é bem conduzido, se torna traumático para a criança e para a família!
    Vimos de forma pessoal, o quanto a escola tem em conjunto com a família uma figura expressiva na solução do problema!!!
    Parabéns Thaise por representar em palavras o conceito e a prática e o caminho para solução deste problema!

    • Thaise Meneguelli Cassette says:

      Nila, a informação e o trabalho sério e em equipe são muito importantes para combater esse mal. Que possamos estar dispostos a sempre zelar pelos valores tão necessários à nossas crianças e sociedade.

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