Quando acompanhamos pela mídia, tragédias e catástrofes como o que aconteceu e ainda permanecem nesta semana no sul do Brasil, nos compadecemos e passamos dias com uma sensação de tristeza.
A quantidade de chuvas e o transbordamento de rios inundou várias regiões no estado de Santa Catarina e o governo federal interditou várias rodovias e cidades decretaram estado de calamidade pública.
Apesar de compartilharmos o sofrimento, ter emparia por tais situações, nada se compara ao pesadelo de viver tais situações.
“O que fazer agora?” Essa a pergunta que logo vem. Muitas mortes e muitas perdas materiais e afetivas. Muitas pessoas foram para abrigos e outros milhares desalojadas em casa de amigos e familiares. Todos, sem opção. Sem escolha.
Os relatos demonstram a dor das pessoas que passam por situações inesperadas:
“Nunca pensei em viver essa situação”
“Perdi tudo o que eu tinha, até a esperança!”
“Preferia que Deus tivesse me levado”
“Pensei que fosse um pesadelo”
Essas são poucas frases que escutamos em entrevistas, mas a dor e desespero é imensa dentro destas pessoas que vivem essas catástrofes.
Não é simples recomeçar a vida do nada. Os prejuízos econômicos, perdas de vidas e meios de subsistências, são os danos mais visíveis e apesar de tudo são os mais simples de reparar se comparados aos impactos psicológicos.
A partir de então a luta interna inicia para aceitar o aspecto tão real em nossa existência que é a impotência, a incapacidade, a limitação que nos lembra que somos humanos e que nada está sob nosso controle ou domínio. Não é possível evitarmos tais situações, dores ou perdas. Ainda mais quando possuem origem na natureza.
O luto se inicia e o tempo para recuperar depende de cada pessoa, da experiência e de suas perdas. Não há nada que diga que ajude ou contribua para que a pessoa supere. Existe sim um momento de grande dor e que devemos cuidar com carinho, sendo caloroso e empático com a pessoa.
Essas pessoas precisam de pessoas que não façam comparações com outras situações ou pessoas, alguém que os escute com os desabafos e reclamações, tolerantes a dor e que não menospreze o sentimento do indivíduo.
É um momento delicado e que necessita de ajuda profissional e apoio psicológico. A ajuda vai mais além do que um amigo ou familiar possa dar. Cada pessoa tem uma forma e tempo para sentir suas dores, viver seu luto e é preciso respeitar este momento.
Busque ajuda! Busque apoio, porque sozinhos muitas vezes é muito difícil. O tempo é a resposta para tudo. Aos poucos as pessoas vão se restabelecendo e buscando alternativas para um novo começo.
Existem também muitos grupos de apoio e de troca de experiências que podem contribuir com os processos de reconstrução.
Agora me diga: você já viveu ou conhece alguém que esteja neste tipo de situação?