Muitos de nós, temos altos padrões e trabalhamos com afinco para entregar os melhores resultados. Sabemos que trabalhar direitinho e estar atento aos detalhes faz muita diferença no nosso trabalho.
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Mas e quando o perfeccionismo é exagerado e me causa problemas? Como eu sei se meu nível de perfeccionismo está normal ou está demais?
Nem sempre ser perfeccionista é um problema.
Um pouco de perfeccionismo faz com que eu me preocupe em fazer as coisas bem feitas, da melhor forma que eu consigo. E isso é adaptativo e funcional, porque me coloca num diferencial perante as outras pessoas, porque eu posso estabelecer meus padrões de qualidade, trabalhar arduamente e sentir satisfação com as minhas conquistas. O perfeccionismo adaptativo me ajuda a persistir, a ter orgulho do que faço, a me sentir realizada com as minhas conquistas e melhorar quando eu vejo que as coisas não saíram como eu gostaria.
O perfeccionismo se torna mal-adaptativo ou disfuncional quando meus padrões são irrealisticamente altos, quando eu me preocupo excessivamente em como os outros irão me avaliar e quando não obtenho muita satisfação com o que eu faço. Nesse perfeccionismo mal-adaptativo eu foco apenas nas minhas falhas, e isso me deixa ansiosa, preocupada, deprimida e faz com que eu procrastine muito as coisas.
O perfeccionismo mal-adaptativo pode, portanto, levar à depressão, ansiedade, procrastinação, autoestima baixa, estresse. Os perfeccionistas tentam sempre se superar para evitar se sentirem decepcionados e sempre acham que o que fazem não está suficientemente bom.
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Algumas técnicas da terapia cognitivo-comportamental podem ser úteis, para ajudar a trabalhar o perfeccionismo mal-adaptativo:
– Questionar os pensamentos, perguntar a si mesmo, qual é a pior coisa que pode acontecer se eu errar?;
– Compreender que somos imperfeitos, e que todos cometemos erros, e um erro não é o fim do mundo;
– Trabalhar a autocompaixão e a aceitação;
– Perdoar-se, ter bondade consigo próprio e trabalhar o sentimento de culpa;
– Aceitar-se ser suficientemente bom.
Este post foi baseado nos conceitos do livro “Vença a Depressão, antes que ela vença você” de Robert Leahy, editora Artmed, 2015.
Kátia Beal
Psicóloga – CRP 04/36616