Operação “Leão em Ascensão” — Israel neutraliza programa nuclear iraniano

Fotografia: Anadolu/Getty Images

Na madrugada do dia 13 de junho de 2025, Israel lançou uma operação militar de grande escala contra o Irã, batizada de Operação Leão em Ascensão, com o objetivo de enfraquecer o programa nuclear iraniano e eliminar lideranças estratégicas do regime.

Segundo reportagem do jornal The Guardian, mais de 200 aeronaves das Forças de Defesa de Israel (IDF) participaram da ofensiva, atingindo aproximadamente 100 alvos militares e nucleares em cinco ondas consecutivas de ataques. Entre os principais alvos estavam as instalações de enriquecimento de urânio em Fordow e Natanz — esta última considerada o coração do programa nuclear iraniano.

A ofensiva também mirou diretamente figuras-chave do comando militar e nuclear do país. De acordo com a Time Magazine, entre os mortos estão Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas; Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária Islâmica; e Gholamali Rashid, comandante da unidade de estratégia militar iraniana. Ainda segundo a revista, seis cientistas nucleares também foram mortos, incluindo nomes como Fereydoun Abbasi e Seyed Amir Hossein Feqhi, ambos ligados ao projeto de desenvolvimento de armas nucleares.

Reportagem da Axios detalha que a operação foi planejada por meses, com intensa atuação do serviço secreto israelense, o Mossad, que utilizou drones e agentes infiltrados para mapear alvos e facilitar a neutralização de sistemas de defesa aérea iranianos. Fontes do governo israelense, ouvidas pela Axios, afirmaram que o objetivo era atingir “o coração do programa nuclear iraniano sem depender diretamente dos Estados Unidos”.

Ainda assim, segundo o Business Insider, os danos às instalações de Natanz e Fordow foram limitados, uma vez que os locais críticos estão enterrados a grandes profundidades e protegidos contra ataques aéreos convencionais. Especialistas em defesa nuclear, ouvidos pela publicação, afirmaram que Israel não possui armamentos do tipo “bunker buster”, capazes de atingir instalações tão subterrâneas, o que limita o impacto estratégico da operação no longo prazo.

A resposta do Irã veio poucas horas depois. Segundo a CNN International, Teerã lançou cerca de 100 drones armados em direção a Israel, a maioria deles interceptada fora do espaço aéreo israelense. Apesar disso, o governo iraniano afirmou que esta foi apenas uma “resposta simbólica” e prometeu retaliações “em múltiplas frentes e fases”.

O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência, e líderes de países como Alemanha, França, Reino Unido e Arábia Saudita pediram contenção imediata para evitar uma escalada regional. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em comunicado, informou que está monitorando a situação e que não houve, até o momento, sinais de vazamentos radioativos.

A operação representa um dos maiores confrontos diretos entre Israel e Irã nas últimas décadas, reacendendo os temores de um conflito prolongado no Oriente Médio. Segundo especialistas ouvidos pelo The New York Times, embora o ataque tenha enfraquecido temporariamente as capacidades iranianas, o país ainda mantém parte significativa de sua infraestrutura nuclear intacta e pode acelerar seus esforços em resposta à agressão.

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