O que você faria para superar as barreiras e alcançar seus sonhos?
Jaqueline Santos sabia que queria ser artista muito antes de ter palco, câmera ou plateia. Criada em São Francisco de Paula, uma pequena cidade mineira de cerca de 7 mil habitantes, ela alimentava o sonho de se tornar modelo e atriz, mesmo enfrentando descrença e bullying.
“As pessoas riam de mim, diziam que era impossível. Eu era a menina magrinha que dizia que seria famosa. Mas dentro de mim havia uma certeza muito forte de que eu conseguiria”, relembra.
Aos 11 anos, Jaqueline já desfilava para lojas locais e participava de concursos de beleza, cenário onde somou mais de 20 títulos, entre eles Miss MG Country e Rainha dos Caminhoneiros. Apesar da baixa estatura para os padrões da moda, sua presença de palco e carisma a destacavam em cada disputa.
Do interior para os palcos do Rio
A virada veio aos 17 anos, quando conheceu o dramaturgo Luiz Duarte pelas redes sociais. O convite para um teste no Rio de Janeiro abriu novas perspectivas. Jaqueline se mudou para a cidade aos 18 anos, com o sonho de viver da arte e enfrentou uma rotina de esforço e improviso.
“Eu estudava muito teatro, fazia cursos, me apresentava em peças infantis, mas também passava fome. Muitas vezes pegava carona com motoristas de ônibus para conseguir chegar às aulas”, lembra.
Entre apresentações em teatros como Miguel Falabella e Fernanda Montenegro, ela conciliava os palcos com trabalhos como personagem viva em festas infantis. Foi no período em que apresentava um programa na TVC Rio, o Circuito Carioca, que conquistou seu registro de jornalista (MTB) e DRT de atriz.
De São Paulo para a TV e empresária
A mudança para São Paulo trouxe novas oportunidades. Jaqueline passou a participar de programas de TV e a escrever seus próprios quadros de humor. Atuou em atrações como Domingo Legal, The Noite, SuperPop, Pânico, Band Sports e A Praça é Nossa, onde contracenou com Carlos Alberto de Nóbrega.
“Trabalhar na Praça foi um divisor de águas. É um espaço de humor consagrado e estar ali, ao lado de grandes nomes, foi o reconhecimento de anos de dedicação”, diz.
Durante a pandemia, com as produções suspensas, Jaqueline encontrou outro caminho para se manter ativa: Empreendeu. Abriu uma empresa de marketing digital e assessoria de imprensa, o que lhe permitiu financiar seus próprios projetos e investir em conteúdo para as redes.
Fenômeno nas redes sociais
O investimento deu resultado. Seus vídeos curtos de humor viralizaram nas plataformas, ultrapassando 3,5 bilhões de visualizações. Com passagens por mansões de influenciadores, shows de stand-up e uma turnê internacional no Japão, Jaqueline consolidou seu nome entre os criadores mais populares do país.
“Eu aprendi a entender o algoritmo, a estudar o que engaja e a transformar minhas histórias em algo divertido e leve. Tudo o que eu vivi virou material para inspirar e entreter outras pessoas”, comenta.
Em 2023, participou do reality A Grande Conquista, da Record, e mesmo sendo eliminada na primeira fase, virou meme e ganhou uma nova legião de fãs.
“Foram só quatro dias de confinamento, mas que renderam meses de repercussão. Saber lidar com isso também faz parte da carreira”, afirma.
Reconhecimento e novas fases
Atualmente, aos 30 anos, Jaqueline foi indicada ao prêmio Melhores do Ano do Kwai, na categoria Entretenimento (Deu o Nome), cuja cerimônia acontece em 26 de novembro de 2025, no Teatro Santander, em São Paulo.
Mais do que números e prêmios, sua trajetória é marcada por uma lição de persistência.
“Eu vim de uma cidade pequena, enfrentei muita dificuldade, mas nunca desisti. Hoje, o que me move é mostrar que, com propósito e trabalho, o impossível pode virar realidade”, conclui.
De miss a humorista, de repórter a criadora digital, Jaqueline Santos transformou a própria história em palco e segue escrevendo novos capítulos com humor, estratégia e autenticidade.
