No correr dos dias, somos constantemente convidados a escolher: o que apoiar, o que defender, o que calar. E, muitas vezes, diante do medo de nos expor ou da sensação de que nossa voz “não faz diferença”, optamos por nos silenciar. Mas o preço dessa omissão é alto — e ele não recai apenas sobre nós, recai sobre todos.
O silêncio dos bons, custa caro. Ele abre espaço para que injustiças se consolidem, para que intolerâncias se normalizem e para que realidades que ferem a dignidade humana se perpetuem. Quando os que carregam a sensibilidade de enxergar a dor do outro se calam, a sociedade inteira perde uma oportunidade de cura.
Quando um bom deixa de falar, de se posicionar, aqueles que muitas vezes não possui relevância, experiências e conhecimento se torna conhecido e estampa suas caras em diversas mídias.
A voz de cada um é insubstituível. Ela traz consigo histórias, valores, experiências e afetos únicos. Quando deixamos de expressar aquilo que sentimos e acreditamos, perdemos a chance de somar nossa singularidade a uma construção coletiva. E cada ausência pesa. É como uma melodia onde faltam notas: a música se torna incompleta.
A sensibilidade humana é, ao mesmo tempo, força e bússola. Ela nos guia para perceber o que precisa mudar, nos convoca a agir em solidariedade e nos lembra que viver em comunidade é compartilhar tanto responsabilidades quanto sonhos. Quando bancamos nossas escolhas e nos posicionamos, não estamos apenas defendendo a nós mesmos, estamos cuidando da rede que nos conecta como sociedade.
Por isso, é urgente lembrar: silenciar pode parecer mais fácil, mas falar com respeito, coragem e sensibilidade é um gesto de humanidade. É nesse movimento que transformamos não só o nosso mundo interior, matambém o espaço coletivo em que todos existimos. Porque, no fim, não é apenas sobre nós, é sobre todos.
