O mês de setembro se tornou, nos últimos anos, um marco na luta pela valorização da vida. O Setembro Amarelo chega com o lema “Se precisar, peça ajuda!”, reforçando a importância de quebrar o silêncio sobre sofrimento psíquico e de reconhecer que pedir apoio é um gesto de coragem.
Mais do que uma campanha, trata-se de um movimento coletivo de consciência, acolhimento e prevenção ao suicídio.
Os dados mais recentes mostram a gravidade do tema. No Brasil, cerca de 14 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. Entre adolescentes de 15 a 19 anos, essa já é a segunda principal causa de morte. Entre jovens de 20 a 29 anos, ocupa a quarta posição.
Outro ponto alarmante é a disparidade de gênero: a taxa entre homens chega a 12,6 por 100 mil habitantes, contra 5,4 entre mulheres. Esse dado reforça a necessidade de estratégias específicas, levando em conta as diferentes vulnerabilidades.
Sob a ótica psicológica, muitas pessoas em crise não conseguem enxergar alternativas além do ato extremo. Trata-se de um pensamento rígido e distorcido, que reduz a percepção de saída e aumenta a sensação de desesperança.
Para que você consiga reconhecer essa ideia em alguma pessoa, segue os sinais de alerta mais comuns:
- Falas sobre morte, inutilidade ou desejo de desaparecer;
- Isolamento social e perda de interesse em atividades antes prazerosas;
- Alterações intensas no sono, no apetite e no humor;
- Descuidos com a própria higiene ou com responsabilidades básicas;
- Sentimento persistente de vazio e falta de propósito.

Reconhecer esses sinais pode salvar vidas, por isso o papel da escuta ativa. A prevenção começa com algo simples, mas poderoso: ouvir sem julgamento. Pequenos gestos de empatia, uma conversa franca, um convite para estar junto, a validação de um sentimento, podem interromper um ciclo de pensamentos destrutivos.
Na psicologia, chamamos isso de escuta ativa, que significa estar presente, atento e disponível para acolher.
Sobre as redes de apoio, é um fator de proteção essencial.A ciência mostra que laços de apoio reduzem drasticamente o risco de suicídio. Isso inclui desde familiares e amigos até instituições especializadas.
No Brasil, o CVV (Centro de Valorização da Vida) é uma das principais referências. O serviço oferece apoio emocional gratuito, sigiloso e 24 horas por dia, pelo telefone 188, além de canais online e presenciais.
Outro ponto central são os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), que oferecem atendimento especializado em saúde mental em diferentes cidades.
O Setembro Amarelo 2025 nos lembra de que falar é um ato de prevenção. Ao abrir espaço para o diálogo, acolher sem julgamento e encaminhar quem precisa para ajuda profissional, cada um de nós pode ser parte da solução. Pense nisso!