O Processo do Pensamento Criativo
“O arquiteto precisa pacificar os desejos do cliente, mas ao mesmo tempo dar um passo adiante”
Cada um de nós tem a capacidade de visualizar e definir o espaço. Quando crianças nos adaptamos rapidamente ao conceito de espaço. Crescendo em uma casa pequena de 130 m2, me adaptei às ideias de espaço compartilhado e próprio. Em uma família de 5 pessoas, era um luxo eu ter o meu próprio quarto!
Com base em nossas experiências espaciais enquanto crescemos, desenvolvemos ideias de espaço principalmente de forma bidimensional, ou seja- o que define o espaço confortável em um sentido planométrico. Como arquitetos, tomamos essas lições espaciais que aprendemos desde cedo e somos treinados para visualizar o espaço de forma tridimensional ou volumetricamente. Para a maioria dos arquitetos, ter clientes sem a capacidade de ler espaço bidimensionalmente ou pior volumetricamente, torna o processo de design extremamente desafiador.
Mesmo antes de um arquiteto se encontrar com um cliente sobre um determinado projeto, ele já tem relações espaciais formuladas. Por exemplo, em uma residência, o arquiteto conhece adjacências espaciais, a interação ou separação de áreas privadas e públicas. É durante a reunião inicial com o cliente quando um programa de necessidades e desejos é apresentado que o processo de design começa.
Apresentado ao arquiteto, as ideias de um cliente podem ser muito vagas ou extremamente detalhadas. No caso da primeira, o papel do arquiteto é muito mais intenso. Ele é obrigado a analisar as ideias efêmeras do cliente e transformá-las em uma solução viável. No caso da última, o arquiteto, dada a complexidade deve considerar a vontade do cliente e transformá-las em uma solução habitável. Em ambos os casos, o objetivo é uma solução que funcione dentro de seu orçamento.
Um cliente pode ter uma preferência por um estilo moderno ou colonial, pode gostar de diferentes tipos de fachadas com exposição à rua ou maior privacidade. O arquiteto precisa pacificar os desejos do cliente, mas ao mesmo tempo dar um passo adiante. Ele precisa analisar as limitações do local, determinar a posição para o máximo ganho solar e, igualmente, harmonizar com o ambiente existente em escala e estética. Um arquiteto também orientará o cliente na seleção de materiais de construção e acabamento, tendo esses mesmos fatores em mente.
Este processo básico é típico para todos os tipos de construção, grandes ou pequenas, residenciais ou comerciais. Um arquiteto tem a capacidade de se basear em um vasto portfólio de estilos arquitetônicos e satisfazer as necessidades do cliente esteticamente, mas o mais importante é criar um ambiente saudável que seja ao mesmo tempo confortável, acolhedor e funcional. Cada projeto é diferente assim como os clientes são diferentes, mas a abordagem é a mesma e o objetivo de cada projeto é um cliente satisfeito.
Publieditorial – John Francis Rasile
Americano, Registrado em Nova York (EUA) e Brasil
40 anos experiência em residências, comércios, laboratórios e consultórios
Muito interessante esta materia com Arquiteto. PARABENS !!