G20 na África: cúpula focou em dívida, desigualdade e reforma financeira

A cúpula do G20 foi realizada em Joanesburgo, África do Sul, com o lema “Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade”, marcando a primeira vez que o encontro aconteceu em solo africano. O presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, anfitrião da reunião, destacou que a prioridade era pressionar por reformas globais que beneficiassem os países mais vulneráveis, segundo informações do China.org, Reuters e CGTN.

Dívida e arquitetura financeira global

  • Durante a cúpula, um dos principais objetivos foi reformar instituições financeiras multilaterais, como Banco Mundial, FMI e Banco Africano de Desenvolvimento, para torná-las mais eficazes para os países em desenvolvimento.

  • Houve foco no fortalecimento do “Common Framework” do G20 para tratamento de dívida de países vulneráveis, de forma mais coordenada e previsível.

  • Especialistas africanos participaram de painéis que propuseram soluções à crise de endividamento, já que muitos países gastam grande parte de sua receita apenas com pagamento de juros, comprometendo investimentos em saúde, educação e infraestrutura.

Desigualdade global

  • Um comitê de especialistas independentes, liderado por Joseph Stiglitz, apresentou recomendações sobre tributação de bilionários, reformas fiscais e monitoramento internacional da desigualdade, com o objetivo de reduzir disparidades econômicas.

  • A ONG Oxfam alertou que os bilionários do G20 aumentaram sua fortuna em US$ 2,2 trilhões em apenas um ano, valor suficiente para reduzir a pobreza global.

Pressão externa e críticas

  • O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, pediu aos países do G20 “liderança com visão” para enfrentar dívida, desigualdade e falhas do sistema financeiro global em dar voz aos países em desenvolvimento, especialmente africanos.

  • Organizações da sociedade civil reforçaram que os compromissos do G20 precisavam ser concretos, com ações reais para corrigir estruturas históricas de desigualdade.

Contexto diplomático

  • A presidência sul-africana enfatizou a intenção de transformar a voz da África no G20, não apenas como anfitriã, mas como protagonista na formulação de políticas globais.

  • Ramaphosa afirmou que “não bastava que países fortes ajudassem os mais fracos apenas com diálogo — era preciso dar estrutura para que os países vulneráveis participassem com igualdade nas decisões econômicas globais”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *