Coragem e originalidade: antídotos para comparação nas redes sociais

Vivemos em uma era em que o olhar para fora tornou-se quase um reflexo automático. As redes sociais, que nasceram para conectar, transformaram-se em espelhos distorcidos da realidade, onde a comparação é constante e silenciosa. Observamos fragmentos de vidas alheias filtradas, editadas, cuidadosamente escolhidas e, sem perceber, passamos a medir nossa própria trajetória por parâmetros que não nos pertencem. Nesse contexto, a originalidade e a coragem de ser autêntico emergem como remédios profundos contra o adoecimento da comparação.

A originalidade, muitas vezes esquecida é uma semente presente em cada um de nós. Ela se manifesta quando nos permitimos ser inteiros, quando nos escutamos de verdade e nos reconhecemos para além das expectativas externas.

Ser original é ter a coragem de expressar o que é genuíno mesmo que isso não esteja em sintonia com o que o mundo digital valoriza no momento. É a escolha de seguir o próprio compasso, ainda que o ritmo do outro pareça mais rápido ou mais bonito.

Entretanto, essa escolha não é simples. Exige coragem. Coragem para se despir da necessidade de aprovação, para aceitar a vulnerabilidade de ser quem se é. Nas redes sociais, onde a validação se mede em curtidas e seguidores, a coragem é o ato silencioso de permanecer fiel a si mesmo. É o movimento de resistir à comparação e ao impulso de moldar-se a um padrão para se sentir pertencente. Ser corajoso, nesse sentido, é um exercício diário de honestidade consigo e de respeito pela própria história.

Fonte: https://fredericodaluz.com/2019/04/30/coragem/

A comparação, por sua vez, é um mecanismo sutil e traiçoeiro. Ela nos faz olhar o palco do outro enquanto esquecemos o nosso bastidor. Rouba a serenidade do presente e nos coloca em uma corrida sem linha de chegada. Quando escolhemos cultivar a originalidade, deslocamos o foco: deixamos de competir e passamos a compreender. Passamos a perceber que cada trajetória tem seu próprio tempo, e que a beleza da vida está justamente na diversidade dos caminhos.

As redes sociais poderiam ser espaços de troca, aprendizado e inspiração. Mas, para que isso aconteça, é preciso que cada um se comprometa com sua própria verdade, o que não acontecerá na minha opinião. Olhar para dentro torna-se, então, um ato revolucionário. Perguntar-se “O que realmente me representa?” ou “O que quero compartilhar com o mundo?” é resgatar o poder de usar as redes com consciência, e não ser usado por elas.

Por fim, cultivar a originalidade e a coragem é, no fim, um processo de retorno a si. É reconhecer que o valor de uma vida não se mede por métricas visíveis, mas pela coerência entre o que se é e o que se expressa.

Quando escolhemos ser fiéis à nossa essência, não apenas nos libertamos da comparação também convidamos os outros a fazerem o mesmo. E, talvez, essa seja a forma mais verdadeira de conexão que ainda podemos oferecer em meio ao ruído das redes.

Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/mundo-dos-corajosos/

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