No mês que se comemora o dia dos pais, é importante ressaltar algumas tradições que mantem o amor, a boa relação. Quem não tem guardadinho dentro do peito, algumas recordações de família, como um cheiro de quitanda, uma refeição sentada a mesa junto à família, uma brincadeira, uma comida feita pelo pai ou mãe que tinha um “gosto diferente”. Sim, memórias afetivas que guardamos.
Em um mundo acelerado, onde as horas parecem sempre escassas e as rotinas se sobrepõem aos afetos, as tradições de família surgem como âncoras emocionais. Elas não são apenas gestos repetidos ao longo dos anos, são códigos de afeto, respeito e pertencimento que moldam relações e transmitem valores de geração em geração.
Pode ser o almoço de domingo, em que cada um tem seu prato preferido e a conversa flui com histórias que atravessam décadas. Pode ser o costume de se reunir na sala para montar a árvore de Natal juntos, mesmo quando alguns já cresceram e outros chegam de longe só para aquele momento. Ou ainda as pequenas tradições silenciosas: um beijo de boa-noite, a bênção dos mais velhos antes de sair de casa, o “bom-dia” que sempre abre a conversa, mesmo nos dias mais corridos.
Essas práticas, aparentemente simples, constroem uma memória afetiva compartilhada. Elas ensinam às crianças o valor do respeito, da escuta e da paciência, ao mesmo tempo que lembram aos adultos que o amor precisa ser cultivado com gestos, não apenas com palavras.
As tradições familiares também funcionam como uma bússola moral. Mantêm vivos os bons costumes: o cuidado com a palavra dada, a importância de ajudar o próximo, o hábito de agradecer. São sinais de que, mesmo com as mudanças inevitáveis do tempo, existe um fio de continuidade que liga o ontem ao hoje e prepara o amanhã.
Eu que sou mãe de três, ainda crianças, faço questão de repetir os mesmos costumes de quando eu morava na casa dos meus pais. Repetição de padrão mesmo. Faço questão de fazermos nossas refeições juntos, gosto de preparar quitandas, assim como minha mãe fazia. Sei que este carinho um dia ficará na memória deles, bem como está em mim.
Quando a família preserva suas tradições, ela constrói mais que lembranças: cria um lugar de segurança emocional, onde todos sabem que pertencem, que são amados e que têm onde voltar. Porque, no fim, o que mantém o amor aceso não são apenas os grandes momentos, mas a soma das pequenas constâncias que, dia após dia, fortalecem a boa relação e mantêm vivos os bons costumes.
Sei que cada família é diferente e possui seus costumes, mas fico curiosa. Me diga, qual a memória afetiva que você se lembra e que possa compartilhar conosco?
