Vivemos em uma era onde a produtividade virou identidade, e o valor de uma pessoa, muitas vezes, é medido pela extensão da sua lista de tarefas concluídas. Acordamos com metas, almoçamos com prazos e dormimos com a cobrança interna de não ter feito o suficiente. Mas… será que fomos feitos para isso?
Nos prometeram uma vida tranquila e equilibra, mas nos venderam uma rotina cronometrada, comparável e, muitas vezes, insustentável.
É shot para acordar, shot para dormir, fórmula para foco, concentração, energia, desempenho, relaxamento…. enfim mil opções para você não ter motivos para reclamação. Tudo isso somente com o intuito de corrigir um corpo que só precisa de escuta, presença e aceitação.
Nós não somos um checklist. Não somos a soma de e-mails respondidos, tarefas entregues ou resultados batidos. Nossos dias não precisam ser validados por uma planilha de desempenho ou por likes em uma rede social. Somos humanos — imperfeitos, cíclicos, emocionais. E isso não é fraqueza. É essência.
Criamos uma cultura onde ser produtivo vale mais do que o ser humano. Que seguir um ritual bonito é mais importante do que sentir que faz sentido.
Chega não é mesmo!? Não somos máquinas com botão de performance. Há uma beleza enorme em ser gente. Somos cíclicos, sensíveis, imperfeitos. E isso não precisa de conserto, precisa de acolhimento.
Somos gente que sente, que às vezes trava, que nem sempre acerta. Gente que vive um dia bom e outro difícil. Gente que se permite aprender, mudar de ideia, recomeçar. Porque a vida real não cabe numa tabela de atividades.
O que temos que pensar é que a vida não é quando tudo se ajeitar. Não é mesmo só na rotina de trabalho estudo, mas também não é só férias e nem fim de semana. A vida é agora. É a busca do equilíbrio, da sensatez, da emoção de passar por turbilhões mas também aceitar a calmaria que vem depois.
Ahhh pense: a vida é esse café que você tomou maio distraído, é a mensagem que quase não mandou, é o vento no rosto, a risada no meio do dia, é o silêncio entre compromissos.
A vida é aquela que acontece quando estamos dentro do percurso, durante a caminhada. Saiba que desacelerar não é desistir. É lembrar que somos mais do que aquilo que conseguimos fazer — somos aquilo que conseguimos sentir.
E se você pudesse criar sua própria rotina, no seu ritmo, sem culpa e sem comparação. Como seria?
