
Com a chegada do frio, cresce a preocupação com doenças respiratórias entre as crianças. Especialista destaca que alimentação equilibrada e hidratação constante são aliados importantes no combate aos vírus da estação.
O inverno começa oficialmente no dia 20 de junho, e com ele vêm as baixas temperaturas, o ar mais seco e o hábito de manter portas e janelas fechadas — um cenário ideal para a disseminação de doenças respiratórias, principalmente entre as crianças. Diante disso, muitos pais se perguntam: como proteger os pequenos nessa época do ano?
A pediatra Bruna de Paula, especialista em alimentação infantil, explica que uma alimentação rica em nutrientes e a hidratação adequada são medidas simples e eficazes para manter a imunidade das crianças em dia.
“É a partir dos alimentos que o corpo da criança recebe os nutrientes necessários para formar suas defesas. Vitaminas como A, C e D, além de minerais como ferro e zinco, ajudam o organismo a produzir células de defesa e combater infecções”, destaca a médica.
Segundo ela, uma dieta baseada em frutas, verduras, proteínas e boas gorduras contribui para um sistema imune mais eficiente. Por outro lado, o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados pode ter efeito contrário.
O que colocar no prato dos pequenos?
A médica recomenda priorizar frutas cítricas como laranja, acerola e kiwi (ricas em vitamina C), vegetais verde-escuros como espinafre e brócolis (fontes de ferro e antioxidantes), além de alimentos com vitamina A, como cenoura, abóbora e mamão, que ajudam a proteger as mucosas respiratórias. As proteínas, presentes em carnes, ovos e leguminosas, também são essenciais para a produção de células de defesa.
“O segredo está na variedade e no prato colorido. Quando a criança é exposta desde cedo a uma alimentação natural, ela desenvolve um paladar mais saudável e fortalece o sistema imune para a vida toda”, explica Bruna.
Industrializados: vilões disfarçados
A médica alerta ainda para os efeitos nocivos dos alimentos ultraprocessados, como salgadinhos, bolachas recheadas, refrigerantes e embutidos. Esses produtos são ricos em açúcar, gorduras ruins e aditivos químicos, além de pobres em nutrientes.
“Esses alimentos inflamam o organismo e prejudicam a flora intestinal, que tem papel direto na imunidade. O ideal é que sejam consumidos apenas em ocasiões especiais, nunca como base da alimentação”, reforça.
A importância da hidratação no frio
No inverno, com a sensação de sede reduzida, muitas crianças acabam consumindo menos água — o que pode comprometer as defesas naturais do corpo.
“Mesmo no frio o corpo perde água pela respiração, urina e pela pele. A hidratação mantém as vias respiratórias protegidas e garante o bom funcionamento do organismo como um todo”, afirma.
Para incentivar a ingestão de líquidos, Bruna sugere oferecer chás naturais mornos (sem açúcar), sopas nutritivas, caldos e frutas com alto teor de água, como melancia, laranja e abacaxi. A dica é tornar a garrafinha de água um acessório constante, e convidar a criança a “beber um golinho” ao longo do dia.
Qual a quantidade ideal?
A quantidade de líquidos necessária varia conforme a idade, peso, tipo de alimentação e nível de atividade física da criança. Uma boa dica é observar a cor da urina — quanto mais clara, melhor a hidratação.
“A água deve ser a principal fonte de hidratação, mas sucos naturais, sopas e frutas também ajudam. Fracionar a ingestão ao longo do dia é uma boa estratégia, principalmente no frio”, orienta a pediatra.
Sobre a especialista
Bruna de Paula é pediatra há mais de 15 anos, com especialização em Terapia Intensiva Pediátrica. É idealizadora do Método Comer, programa de acompanhamento nutricional voltado para crianças com dificuldades alimentares. A proposta é ajudar famílias a enfrentarem a recusa alimentar infantil e promover hábitos saudáveis desde a primeira infância.