Um tema polêmico. Nas últimas semanas o que mais se tem falado é sobre os bebês reborns. Trata-se de bonecas hiper-realistas que imitam bebês recém-nascidos, que estão sendo tratadas como humanos. Possuem nomes, certidão de nascimento, enxovais, aniversários etc.
Até aí, tudo bem! No entanto, essas bonecas estão deixando de serem objetos e se tornando realmente filhos de adultos, ocupando espaços e lugares dentro das famílias, representando talvez uma criança que não veio, uma ausência de colo e de pessoas.
Uma simulação da maternidade. Em diversas redes sociais, o que mais se vê são os vídeos virais que mostram os cuidados com estes bebês como se fossem reais e não apenas encenações: simulando partos, batizados, internações hospitalares, brigas entre “os pais” pela guarda dos bebês reborn, idas aos parquinhos até escolas, compras excessivas de roupas e objetos etc.
Até alguns famosos aderiram a posse destes bebês. A maioria querendo holofotes para engajar nas redes sociais. Britney Spears foi flagrada recentemente com sua boneca durante uma viagem ao México. Nicole Bahls adotou duas bonecas coma justificativa de treinar para quando tiver filhos de verdade. Uma das bonecas, tem formaro de porco. Já o Padre Fábio de Melo adotou uma “bebê” com Síndrome de Down em viagem aos Estados Unidos e falou sobre os detalhes do processo de “adoção”.
Aliás, críticas são o que mais aparecem. Já tem pessoas falando sobre questões de preconceito, bullyings e empoderamento feminino. Afirmando que toda mulher, bem como o homem possuem o direito de escolher ser ou não pais de verdade ou de bonecos. Que a sociedade deve levar com seriedade essa escolha. São tantas as vertentes.

O que você pensa disso? Fiz uma enquete nas minhas redes sociais e de todas as respostas nenhuma foi favorável a este tipo de comportamento. No entanto, algumas reações bem-humoradas como: “será que tem espírito? “Quero saber quanto tempo tem de licença maternidade?”, “Passei a noite toda em claro para cuidar do meu bebê, agora não consigo ir para o trabalho” apareceram.
Devemos mesmo é nos preocupar com as questões emocionais que estas pessoas estão envolvidas. Até que ponto tratar e ter sentimentos afetivos por objetos? Não saber encarar a vida é algo preocupante. Fugir da realidade não ajudará a resolver nenhum problema ou dor emocional. Encarar exige coragem e maturidade.
Em alguns casos acredito que são pessoas buscando a fantasia, não querendo ser contrariados, sem correr riscos, porque a vida exige. Talvez sejam adultos que desistiram da vida real e que vive uma novela afetiva. Acredito que cada caso, é um caso. Uma busca e necessidade diferente.
Mas porque escolher uma boneca? Trata-se de uma frustação real, o bebê reborn não rejeita, não reage, não chora, é dominado. Ao contrário de um ser vivo, uma criança que é o caso.
Tantas formas de dar e receber amor. Por outro lado, notamos tantas pessoas que resolvem cuidar de animais. Buscam o carinho e afeto em outros seres vivos. Muitos tratam como humanos, dando espaços, passeios, comemorações como se fossem parte da família.
Precisamos ver estas pessoas com olhar humano e entendê-las para que possamos compreender os fundamentos deste comportamento e as necessidades que estão por de trás.
Penso que a vida é feita de riscos, de relações que machucam, diálogos que incomodam, amores que exigem. Precisamos viver ao fingir que se vive, desejar vínculos ao invés de cumprir roteiros, desejar afeto, querer e buscar conquistas, aprender com o outro. Esse é o sentido da vida: VIVER! Aprender, batalhar, sonhar, frustrar, chorar, sofrer…e com tudo ser feliz!
Agora me diga: além das redes sociais você conhece alguém que trata estes bonecos como humanos? Divide comigo o que acha. Qual sua opinião?