Todo ser humano necessita pertencer a uma família, a um grupo… Sentir-se parte relevante em um contexto, seja ele familiar ou social, é fundamental para o desenvolvimento integral do ser humano. Quem não se sente pertencente não tem voz, nem boa auto estima e dificilmente vai conseguir prosperar ou realizar.
Desde antes do nascimento o senso de pertencimento começa a ser desenvolvido na criança. Quando ouve a voz da mãe, o bater do seu coração, sente que tudo isso faz parte de si. Quando o pai conversa com o filho ainda na barriga da mãe, aquela voz vai se tornando familiar e parte de quem o bebê é. Após o nascimento, as relações cotidianas parentais de cuidado e relacionamento vão construindo ou não a certeza de que aquele grupo familiar acolhe o pequeno novo ser. Ao atender suas necessidades básicas (alimentar, agasalhar, trocar fraldas, dar banho), ao olhar no fundo de seus olhinhos, ao conversar com aquele tom de voz carinhoso, o adulto cuidador vai demonstrando para o bebê que ele é parte importante naquele sistema familiar.
Mais tarde a criança vai se sentir pertencente ou não, da família extensa (tios, primos, avós). Dependendo da frequência, intensidade e qualidade destas relações. Ainda que não se sinta pertencente à família extensa, ela vai sentir a necessidade de socializar com outras crianças e novamente, ser querida e aceita neste grupo de amigos, colegas de escola, vai ser importantíssimo para a construção de como se vê e como vê as outras pessoas. Esta visão de si e dos outros pode ser positiva e cheia de boas expectativas ou negativa e cheia de auto defesas.
Na adolescência a diferenciação do jovem aos pais, a construção da autonomia, normalmente o afasta dos pais e o aproxima dos seus amigos. Isso é natural, até que ao estarem mais maduros se reaproximam dos pais e seus ensinamentos, sem contudo abrir mão dos amigos; entrando em uma fase mais equilibrada. Para o adolescente pertencer é fundamental. Por isso, é tão importante os pais ensinarem bem princípios e valores na infância, por meio de brincadeiras, histórias, conversas e principalmente, o seu bom exemplo. Crianças copiam o que veem, não o que apenas é dito. Pais de adolescentes que desenvolveram uma boa convivência com seus filhos na infância e se empenham em buscar realizar atividades que agradam e acolhem seus filhos adolescentes, tendem a viver este adolescer com mais leveza e proximidade.
Também é muito importante oportunizar relações saudáveis aos filhos, pois eles irão buscar pertencer a algum grupo. Esportes, música, artes, grupos de jovens, são exemplos de ambientes que podem proporcionar boas relações com maior nível de segurança aos jovens.
Abrir a casa para receber os amigos de seu filho é outra opção bem inteligente. Eles estarão por perto, você terá a oportunidade de se relacionar com os amigos dele e saberá um pouco do que se passa, se é necessário conversar sobre determinados assuntos para que haja mais segurança.
Em suma, invista tempo, abra mão de seus interesses e se interesse pelo que é interessante ao seu filho, priorize o que é prioritário, o tempo voa e logo os filhos já estão fazendo planos para alçarem seus próprios voos. Aqueles que realmente pertencem a suas famílias, ainda que longe, sempre estarão perto.
Muito boa sua matéria! Assunto muito relevante!