Então é Natal e meu coração amoleceu

No fim de ano parece que ficamos mais solidários.  A impressão é de que um bichinho nos picou e nosso coração ficou mais mole, de repente queremos ajudar.  O desejo de repartir um pouco do que temos com quem precisa invade o peito e vem com tudo.

Repartir, sermos gratos pelo que conquistamos e expressar esta gratidão por meio de cooperar com quem necessita é algo nobre, faz bem a nós mesmos e, principalmente, a quem recebe.  Contudo alguns cuidados são necessários.  Investir em projetos sociais já estruturados é bem mais seguro do que dar esmolas.

Ao dar esmolas ou comprar balinhas no semáforo podemos estar incentivando o trabalho infantil, quando quem “vende” são crianças que deveriam estar estudando, brincando e curtindo a sua infância.  Geralmente por trás da criança há um adulto que se aproveita dela.  As esmolas e até doações de alimentos ou medicamentos podem virar drogas ou álcool.

Assim, a melhor atitude é encaminhar estas pessoas para os serviços socioassistenciais disponíveis em sua cidade.  Você pode conduzi-los a algum projeto social que já conhece ou ao CRAS – Centro de Referência de Assistência Social mais próximo.

E como podemos repartir com quem precisa?  Faça isso com famílias que você conhece e acompanha.  Observe se realmente irão utilizar o que ganharam para sua subsistência e além de dar o peixe, ajude-os a pescar.

Você também pode investir em Organizações Sociais sérias da sua cidade.  Nem sempre a maior necessidade é de roupas, brinquedos, comidas ou bens tangíveis; há organizações que fazem trabalhos fantásticos e precisam de recursos financeiros para sustentar seus projetos, remunerar especialistas que fazem toda a diferença na vida de pessoas em situação de vulnerabilidade social, com necessidades de saúde e de apoio técnico, como de psicólogos, psicopedagogos, médicos, fisioterapeutas, assistentes sociais, advogados e outros.  Infelizmente a nossa Rede Pública não consegue atender todas as demandas da sociedade e as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) são de extrema relevância para a sobrevivência e o desenvolvimento de uma parcela gigante do nosso povo.  Assim, contribua de forma responsável.  E lembre-se: As necessidades não aparecem apenas no fim do ano.  Vamos contribuir com responsabilidade social ao longo de todo ano, não apenas em dezembro.  Vida que faz sentido, tem relevância e gera alegria é vida repartida.

 

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