Na semana que passou fomos tristemente surpreendidos com um vídeo que rodou nas redes sociais, que mostrava crianças dormindo e mesmo assim realizavam movimentos com as mãos e com o corpo, como se estivessem acordados usando um celular.
No vídeo nos deparamos com crianças com sono agitado, se remexendo sem parar, aparentemente ansiosas e com péssima qualidade de sono. Tudo isso, porque mesmo no momento de descanso agiam como se estivessem acordadas ligadas em seus dispositivos eletrônicos. As cenas contidas no vídeo são fortes e muito tristes e se você ainda não assistiu, vale a pena pesquisar para que você seja impactado.
Diante disso, fica claro que precisamos refletir sobre o uso excessivo de telas e os danos que elas podem causar. Nossas crianças precisam de atenção em relação a esse assunto, e nós os “adultos da relação” precisamos rever nossa postura e a falta de limites, que estamos deixando de colocar em nossos filhos. As férias estão chegando e a chance de aumentar o contato das crianças e adolescentes com as telas é grande; a não ser que nós façamos algo imediatamente.
Leo Fraiman, psicoterapeuta e mestre em psicologia educacional e do desenvolvimento humano, afirma que “precisamos promover o uso inteligente das telas durante as férias”. Fraiman ressalta que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode ter impactos negativos na saúde mental e emocional das crianças e adolescentes e o período de férias pode se tornar um vilão, se não agirmos de maneira intencional, em relação a diminuição do contato dos menores com os eletrônicos.
As férias são momentos propícios para que as crianças descansem, explorem diferentes experiências e ampliem seus horizontes. Esse tempo livre e longe da rotina escolar pode ser usado para desenvolver habilidades, estimular a criatividade e fortalecer os laços familiares. Por isso, é importante planejar as férias de maneira equilibrada, estabelecendo limites ao uso das telas e dispositivos eletrônicos, incentivando atividades que promovam o bem-estar-físico e emocional.
É papel da família envolver os filhos em atividades alternativas que envolvam momentos saudáveis de entretenimento, como encontro com os amigos, dia de culinária, jogos de tabuleiro, participação em colônias de férias, passeios em parques, clubes de leitura, piqueniques e atividades criativas.
Sair desse ciclo vicioso, que a facilidade tecnológica promove tem um preço e gera um gasto de tempo e esforço grande por parte dos adultos. O problema se torna maior quando os pais não entram de férias juntos com os filhos, mas pense comigo, precisamos agir de maneira assertiva e preventiva. Acredite, a recompensa virá.
Então, sugiro que você encontre famílias que tenham os mesmos objetivos que os seus e juntos dividam a carga. Busque parceria com pessoas confiáveis e que possam planejar esse tempo de férias qualitativo com você. Invista na criação de memórias afetivas nessa geração que é nativa tecnológica. Surpreenda seus filhos e mostre a eles que existe grande alegria nas relações reais, que acontecem fora das telas e que muitas vezes vêm da simplicidade da vida.
Boas férias a todos!