Ansiedade: quando ela é normal e quando ela é um problema?

 

Imagem: Policonsultas

A ansiedade está presente em todas as pessoas, em maior ou menor grau. Todos nós já sentimos em algum momento de nossa vida medo, insegurança, desconforto, sensação de que algo desagradável vai acontecer. E muitas vezes, a ansiedade vem acompanhada de sintomas físicos como sensação de falta de ar, dificuldade de respiração, aperto no peito, calafrios, tremores, náuseas.

Até certo ponto, a ansiedade é normal e está presente em todas as fases da vida, nos protegendo dos perigos, nos preparando e nos adaptando para agir em casos de mudanças, das experiências novas, da busca pela identidade. Esta ansiedade é normal e necessária.

A ansiedade é positiva quando experimentada em níveis moderados e atrelada a ameaças reais. O friozinho na barriga que uma pessoa sente ao começar num emprego novo, por exemplo, por prever o risco de não agradar e ser demitida, é o que a faz acordar um pouco mais cedo que o habitual nos primeiros dias de trabalho, estudar a rota de casa até a empresa pra não correr o risco de chegar atrasada, preocupar-se em escolher as roupas apropriadas, medir as palavras, demonstrar iniciativa e desempenhar as tarefas com cuidado e rapidez (Magalhães e Camargo, 2012).

A ansiedade deixa de ser normal e se torna um problema (um transtorno) quando parece ser incontrolável, interferindo em vários aspectos de nossa vida, abrangendo o funcionamento psicológico, social, nos estudos, em casa e no trabalho, causando intenso sofrimento, desconforto e por mais que a pessoa identifique que isso faz mal, ela não consegue fazer diferente. Nesses casos, a pessoa não consegue esperar o curso normal das coisas, se sente sempre apreensiva, costuma ser impaciente, sofre demais com pequenos erros, na maioria das vezes é perfeccionista, se cobra demais e cobra também aos outros para que nada falhe, sofre antecipadamente pensando no que vai ou no que pode acontecer. Além do sofrimento emocional vem também os sintomas físicos (falta de ar, dores no corpo, dor de estômago, gastrite, insônia, roer as unhas, entre outros).

Ao lado da depressão, a ansiedade é o tipo de aflição mental mais comum em todo o mundo. Em média, uma em cada seis pessoas desenvolve a forma mais problemática de sentir e manifestar a ansiedade, em determinado momento da vida. Esse desajuste pode se apresentar de seis diferentes maneiras: transtorno do pânico, fobias específicas (medo de elevador, avião, animais, entre outras), a fobia/ansiedade social, ansiedade generalizada, transtorno do estresse pós-traumático e o transtorno obsessivo compulsivo (Magalhães e Camargo, 2012).

Com muita frequência, a ansiedade traz a tiracolo outros problemas emocionais. Cerca de 60% dos ansiosos também sofrem com a depressão. Isso acontece porque aos poucos as pessoas que são muitos ansiosas ou sofrem com os transtornos da ansiedade vão se entristecendo, ao ponto de se deprimir, quando se dão conta das limitações que seus sintomas ansiosos lhes impõe. Ainda não se sabe exatamente se um problema leva ao outro, o que se sabe é que em boa parte dos casos a ansiedade aparece junto com a depressão (Magalhães e Camargo, 2012).

O tratamento da ansiedade inclui acompanhamento com psicólogo e quando necessário o uso de medicamentos prescritos por um psiquiatra. Se combinados, os resultados aparecem mais rápido ainda.

 

Referência:

Magalhães, Naiara; Camargo, José Alberto. Não é coisa da sua cabeça. O que você precisa saber sobre ansiedade, depressão e outros transtornos emocionais que atingem uma em cada três pessoas. Belo Horizonte: Gutenberg, 2012.

 

Kátia Beal
Psicóloga – CRP 04/36616

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