Um dos poemas de Myriam foi lido ao vivo durante um programa da Rádio Globo à nível nacional pela apresentadora Fernanda Gentil
Com mais de 300 mil visualizações, um vídeo no Youtube chama a atenção de quem busca pela palavra “Casa de Mãe.” Uma crônica que conta um pouco da luta de uma mãe que vê os filhos indo embora de casa, seguindo seu próprio rumo.
O que poderia parecer tristeza tornou-se, carro-chefe na divulgação do trabalho da escritora tijucana Myriam Lucy Rezende. Formada em Letras e atualmente morando em Uberlândia, um dos textos da mineira foi lido ao vivo pela jornalista Fernanda Gentil durante um programa na Rádio Globo. Com a aceitação por parte do público, Myriam até hoje é lembrada da situação.
Em entrevista a Revista Soberana a escritora comentou sobre como ficou sabendo do texto nas mãos da apresentadora global, de outras publicações que também ganharam projeção em aplicativos de mensagens e fotos e os planos para o futuro, que inclusive, englobam a publicação de um novo livro de crônicas. Confira!
Revista Soberana: Myriam, como começou sua paixão pela leitura e pela escrita?
M.L: Minha paixão pela escrita aconteceu bem antes de eu realmente poder escrever. Posso dizer que a escrita entrou na minha vida pelos olhos, pelos ouvidos, pelo tato e pelo cheiro quando eu era muito, muito pequena.
Explico: em minha casa, a leitura, a contação de histórias, a declamação de poesias e o canto faziam parte da rotina. Meu pai e meus irmãos não se juntavam em volta de uma mesa sem que acontecesse um sarau literário. Eu, pequena, escutava e me encantava; eu e minha irmã rotineiramente ouvíamos histórias e estórias; muitas inventadas ali na hora pela cabeça criativa deles. Enquanto meu pai, que também escrevia poemas, muitos deles em forma de sonetos, declamava, minha mãe nos ensinava a arte da palavra cantada, e nunca nos faltavam livros de histórias, revistas em quadrinhos. Antes mesmo de ser alfabetizada, eu já lia com a imaginação: gostava de ver as cores, cheirar as páginas, e foi assim que o gosto pela escrita nasceu em mim.
R.S: O que você tem como inspiração quando escreve seus textos?
M.L: Os temas e assuntos sobre os quais escrevo são aqueles que nos cercam todos nós em nosso cotidiano; são observações, vivências, tudo o que desperta sentimento é objeto da minha escrita.
R.S: Como você vê a evolução dos meios digitais e com o hábito da leitura? Você acredita que as pessoas estão lendo bem menos?
M.L: Como toda ferramenta, os meios digitais podem significar evolução ou involução. Depende do uso que se faz da ferramenta. Um martelo pode servir para o que foi feito ou pode destruir ou machucar, se manipulado por mãos inábeis, por exemplo.
Acredito que as ferramentas dos meios digitais estão postas, não há recuo. O que precisamos é fazer com que cheguem a todos e que se priorize o seu uso para o crescimento, a evolução, o conhecimento. E isso se dá a partir e pela educação. É preciso que o mundo digital seja acessível para que não se torne instrumento de exclusão, como vimos durante a pandemia, em que estudantes se viram sem os meios necessários para acompanharem as aulas online.
Eu não acredito que as pessoas estão lendo menos, pelo contrário. Na última Bienal do Livro, realizada recentemente, foram divulgados dados expressivos do crescimento de leitores e leitoras, incluindo-se jovens, buscando por livros e sedentos de leituras diversas. Isso se deu, principalmente, nesse período de pandemia em que as pessoas com hábitos transformados à força das circunstâncias buscaram na leitura uma forma de vencer o confinamento. Então, a gente vê que houve aí uma transformação positiva.
Para concluir, meus leitores e leitoras surgiram justamente nesse ambiente digital, meu trabalho passou a ser conhecido por meio desta ferramenta. E muitos escritores e escritoras, assim como eu, tiraram seus escritos das gavetas e estão conseguindo um espaço que antes era dado a uma seleta fatia. Todos são beneficiados, o mercado se aquece, e todo mundo pode celebrar um novo momento em que a leitura e o livro têm lugar de destaque.
R.S: Como seu texto chegou até Fernanda Gentil?
M.L: O meu texto que chegou até a Fernanda Gentil foi ‘Casa de mãe depois que os filhos se vão’, mas é necessário dizer que outro texto, chamado ‘Agosto’, havia alçado voo antes do ‘Casa de mãe.’
Em 2012, resolvi abrir uma página no Facebook, com a intenção de guardar, e ao mesmo tempo, levar meus escritos ao conhecimento das pessoas. Concomitantemente, também publicava textos meus na linha do tempo.
Um dia, alguém (que não imagino quem seja), mas a quem agradeço sempre, gostou do texto Agosto e tive notícias de que ele circulava de forma muito rápida e abrangente pelo WhatsApp. A partir daí, foram três anos, muitos vídeos foram feitos por diversas pessoas e de muitas localidades, inclusive até fora do país. Muitas publicações em revistas e sites, locuções em rádios, e tive e ainda tenho, a cada mês de agosto, retornos, testemunhos pessoais que são de uma riqueza, que não saberia aqui mensurar.
Depois disso, alguns textos meus começaram a circular fora do âmbito apenas do Facebook, mas sem tanta abrangência quanto o já citado. No entanto, um tempo depois, o mesmo ocorreu com o texto Casa de mãe depois que os filhos se vão, que ganhou grande circulação nas redes e, especialmente, no WhatsApp, chegando até a Fernanda Gentil, que na época fazia um programa na Rádio Globo, e, que, abordando, num determinado dia, a questão dos filhos que vão em busca de seus caminhos, e tendo recebido o texto, (sem autoria, diga-se de passagem), fez a leitura no programa.
Com enorme visualização, o vídeo ganhou as redes, muitas pessoas que já me conheciam e sabiam que eu havia escrito o texto, trataram de publicar nas redes da Fernanda, que, então, deu os devidos créditos em sua postagem no Instagram.
Então posso dizer que Agosto e Casa de mãe quando os filhos se vão foram por assim dizer o “carro-chefe” na visualização do meu trabalho, pois ganharam espaço, sendo amplamente visualizados e compartilhados, tendo como uma das ferramentas de divulgação o WhatsApp.
R.S: Você sentiu que seu trabalho cresceu após Fernanda ler um texto seu durante o programa na Rádio Globo?
M.L: É claro que um texto lido por alguém como a Fernanda passa a ter um alcance grande e isso empresta uma significativa importância ao trabalho. No entanto, é preciso dizer que como o texto foi, num primeiro momento, divulgado sem a autoria, esse fato deixou de vincular o artista à obra, entende? Eu atribuo o reconhecimento ao meu trabalho como escritora a essa participação da Fernanda Gentil, mas também, e principalmente, às pessoas que ao me seguirem tornaram-se meus leitores e leitoras, e que por apreciarem meu trabalho foram levando meus textos, compartilhando-os, gravando-os, traduzindo-os para outros idiomas (como no caso de Agosto).
R.S: Quais os planos para o futuro? Você pretende lançar novos trabalhos?
M.L: No momento estou voltada ao recém-publicado Luas de Junho, que foi lançado no dia 17 de dezembro, na Oficina Cultural, em Uberlândia. Mas como o trabalho do escritor é respirar e inspirar literatura, já tenho projeto em andamento para um novo livro, este todo de crônicas.
Jadir Júnior | Redação
Oi, Miryan. Eu li o seu texto ” Casa de Mãe depois que os filhos se vão “. Achei o texto tão sensacional e verdadeiro que tomei a liberdade de transformá-lo em um poema. No final do mesmo, citei o seu nome como autora desse texto que me serviu de profunda inspiração para o poema. Tenho um site de poesia no Instagram. Tenho sua permissão para publicá-lo? Ansiosamente, aguardo uma resposta.
Oi, Miryan. Eu li o seu texto ” Casa de mãe depois que os filhos se vão “. Achei-o tão sensacional e verdadeiro que tomei a liberdade de transformá-lo em um poema, com algumas pequenas adaptações. No final do mesmo, cito o seu nome como autora desse texto que foi a fonte inspiradora do poema em questão. Tenho um site de poesia no Instagram. Tenho sua permissão para publicá-lo? Aguardo, ansiosamente, uma resposta sua. Saudações, poetisa!