Tenho HIV e agora?

Tenho HIV e agora?
Tenho HIV e agora?
Tenho HIV e agora?

O jornalista Matheus Maia compartilha com os seguidores sobre a rotina de um portador do vírus HIV

Segundo dados da Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), mais de 40 milhões de pessoas vivem com o vírus HIV no mundo. Em Uberlândia, o jornalista Matheus Maia, de 24 anos, faz parte da estatística. O que poderia se tornar um tabu na vida do jovem, hoje é a forma encontrada para levar informação e segurança para outras pessoas.

Matheus mantém um perfil na rede social Instagram, onde compartilha diariamente assuntos ligados ao vírus. “Descobri que eu era portador do vírus HIV com 18 anos, exatamente duas semanas após fazer aniversário. Optei em esperar conquistar a maioridade para fazer o teste sozinho, sem necessitar da autorização dos meus pais”.

Um dos processos mais dolorosos de uma pessoa que é diagnosticada com uma doença é o de compartilhar com familiares e amigos. No caso do uberlandense, o assunto acabou sendo revelado de forma orgânica e imediatista.

“Tenho uma relação muito saudável com meus pais, por isso não hesitei em contar. Fiz o teste e imediatamente contei para minha mãe. Me lembro ainda como foi o momento, ela estava na sala assistindo televisão. Graças à Deus, tenho uma rede de apoio muito forte ao meu lado”.

Já para os amigos, a notícia foi revelada aos poucos, “Contei primeiro para os amigos mais próximos e com o tempo, foram surgindo circunstâncias onde eu comentava sobre a doença. No ano passado decidi abrir meu coração compartilhar com todos sobre o assunto. Passei por um período de muita ansiedade! Você não consegue imaginar se você será compreendido, apoiado ou excluído.”

O jovem recebeu muito apoio na internet de pessoas que se solidarizaram com a história dele. “Meu objetivo de compartilhar sobre o assunto nas redes sociais, é que nada mudou na minha vida. Tenho uma vida normal, como qualquer pessoa, saio, bebo, me divirto, tenho relações sexuais como qualquer pessoa. A única diferença é que tenho meus coquetéis que tomo antes de dormir”, conta.

Matheus conta que pretende continuar usando a influência  para levar informação ao público atráves do seu perfil, “vivemos em uma onde é importantíssimo que as pessoas aprendam sobre educação sexual, sobre a importância do sexo seguro.”

Ainda sobre o fato de expor a sorologia na internet, o jornalista diz que a história tem servido de apoio para muita gente. “Recebo inúmeros directs, mensagens nas redes sociais de pessoas que me parabenizam pelo fato de ter encontrado uma forma de contar sobre o assunto publicamente”.

Sobre o preconceito existente na sociedade, Matheus conta que uma de suas maiores preocupações era como o mercado de trabalho poderia reagir. “Já escutei muito comentários preconceituosos. Profissionalmente nunca passei por nenhuma situação constrangedora. As pessoas não sabem lidar, por conta da falta de informação”.

Hoje, aos 24 anos, o jornalista que atua como Gerente de Marketing de uma grande empresa da cidade segue um protocolo médico. O tratamento compõe compridos diários que são ingeridos por Matheus sempre no período da noite. “Eu vivo há 6 anos com o HIV e tenho uma vida normal como qualquer pessoa”, finaliza.

Jadir Júnior | Redação

Revista Soberana

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