Moda e sustentabilidade: Uma das maiores indústrias do mundo, também gera impactos negativos sociais e ambientais
Todos usufruímos da moda e isso é um grande benefício, mas você também conhece os prejuízos que ela traz para o meio ambiente? Desde o plantio de algodão, onde são empregados pesticidas, inseticidas, contaminação da água, solo e fauna, consumo excessivo de água para beneficiar, alvejar e tingir os produtos têxteis, emissões atmosféricas de poluentes e resíduos sólidos. Esses são alguns dos fatores do mercado da moda, que dita quase que diariamente novas tendências, modas sazonais, alimentando o consumo cada vez mais desenfreado e desmedido.
A partir da década de 90, o conceito “fast fashion” surgiu para reproduzir coleções de grandes marcas com uma mão de obra e matéria prima têxtil mais barata, deixando a moda mais acessível ao consumidor, porém com um tempo de vida útil reduzido, e isso faz com que a indústria da moda hoje, seja a segunda mais poluente do mundo.
Na fabricação, a moda fast fashion é feita a partir de materiais de baixa qualidade como: tinturas insolúveis, metais pesados, tecidos sintéticos derivados de combustíveis fósseis; isso gera emissões de carbono, gases tóxicos na atmosfera, plásticos nos oceanos, uso excessivo de recursos naturais, como a água, além do desmatamento em florestas tropicais, ameaçadas de extinção.
Por se tratar de materiais que terão uma vida útil reduzida e no anseio para acompanhar as novas tendências de moda, o descarte em aterros sanitários também é um fator degradante para o meio ambiente.
Além disso, o trabalho escravo também faz parte desse ciclo, obrigando pessoas a trabalharem por mais de 16 horas diárias e receberem um salário ínfimo.
Na contramão da fast fashion, temos a slow fashion, que também surgiu nos anos 90, fruto do conceito de desenvolvimento sustentável criado pela ONU. Não é um termo que tenha um só significado, mas sim um conjunto de medidas e processos produtivos para criar moda que não prejudique o meio ambiente, nem fatores envolvidos na cadeia de produção.
A moda slow fashion investe em materiais orgânicos, ecológicos, usados para durarem mais e causarem menos impacto no meio ambiente. A produção é artesanal, com uso de tecido de refugo, que são retalhos jogados no lixo por grandes indústrias.
O conceito slow fashion visa a reutilização, investindo no conserto das peças com defeitos, por si próprio ou costureiros locais. Outra prática slow fashion é investir em peças de brechós. O brechó Se Poupe nasceu a partir da ideia de ressignificar as minhas roupas que estavam paradas, sem uso. Comecei com meus próprios desapegos e com a inserção no mundo digital começaram a chegar os desapegos de parentes, amigos e seguidoras.
Esse movimento acontece através de doações ou, caso a pessoa queira fazer uma renda extra, o nosso brechó garante uma comissão de 40% a 70% dependendo do valor de venda das peças.
Ressignificar um objeto sem uso, traz inúmeros benefícios em cadeia; para quem está desapegando abre espaço para o novo, para quem adquire consegue valores muito em conta e alguns objetos nem foram usados, e para nós, fazer essa intermediação gera uma satisfação imensa.
Ter um brechó é contribuir com a sustentabilidade do nosso planeta. Eu fico feliz de fazer parte disso com o Se Poupe!