Determinação, disciplina e foco: essas três palavras guiam Paula Fernandes em toda sua caminhada musical, iniciada ainda na infância. Vencedora de dois Grammy Latino, um no ano de 2016 e outro em 2020, e cantora sertaneja precursora da geração do chamado “feminejo”, ela é a convidada do programa Papo de Música desta semana.
Além de fazer uma retrospectiva de sua carreira, a artista mineira conversou com a jornalista Fabiane Pereira sobre saúde mental, a turbulência que enfrentou ao atingir a fama e como a leveza de aprender a lidar com o próprio psicológico – e com rótulos, como o de “antipática” – se reflete em seus trabalhos mais recentes. A entrevista vai ao ar na terça-feira, dia 8 de junho, ao meio-dia, no canal da atração no YouTube (assista aqui).
Paula Fernandes sabia, desde criança, que trabalharia com música: “[a carreira musical] nunca foi brincadeira pra mim. É como se eu estivesse predestinada”, conta. Essa forma de encarar a música impulsionou uma dedicação intensa da cantora e rendeu muitos frutos que ela segue colhendo até hoje. Mas, ao ser somado com preocupações, o empenho também trouxe outras consequências: aos dezoito anos de idade, Paula desenvolveu um quadro depressivo. “Eu não queria ouvir falar em música, eu achava que ela era o motivo de eu estar doente”, lembra.
Depois de considerar até mesmo desistir de tudo que havia construído, a mudança de visão em relação à sua profissão veio a partir do tratamento médico adequado e acompanhamento terapêutico. “Ela [a música] poderia ser benéfica, poderia me trazer bem-estar, e eu comecei a encarar isto de uma outra forma”, conta sobre o momento em que deixou de ver a própria carreira como uma inimiga.
A seriedade e foco com as quais encara o trabalho trouxeram outro desafio que Paula Fernandes levou para a conversa. Ela conta que precisou enfrentar e superar rótulos e revela que não se encaixava no que era esperado de uma pessoa na indústria sertaneja: “Eu sempre fui muito séria. Mais um motivo para dizerem que eu sou metida ou que eu sou antipática. Mas eu estava ali para fazer o meu trabalho”.
Ao recusar jantares e festas pós-show, preferindo o descanso em momentos de intervalo, a cantora se via incompreendida: “não estava ali para tomar cachaça com o contratante, não estava ali pra poder ficar de ‘trelelê’ com ninguém. Isso foi mal visto muitas vezes”, relata.
A mineira é a segunda convidada do Papo de Música no mês de junho. Antes da Paula Fernandes, Fabiane Pereira bateu um papo com o cantor e compositor BNegão (assista aqui). Nas próximas semanas, a apresentadora e pesquisadora recebe Ivan Lins, Mariene de Castro e Márcio Victor, do Psirico.