Planejamento a longo prazo é a resposta para uma boa economia em 2022, afirma especialista

Planejamento a longo prazo é a resposta para uma boa economia, afirma especialista
Planejamento a longo prazo é a resposta para uma boa economia, afirma especialista
Planejamento a longo prazo é a resposta para uma boa economia, afirma especialista

Economista faz parâmetro para a economia em 2022 no Brasil

Em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) teve uma queda de 4,2 no Brasil. O número é resultado de problemas ocasionados pela pandemia de Covid-19, que paralisou e enfraqueceu a maioria dos setores empresariais. De acordo com um ranking feito pela MoneYou e Infinity Asset Management, o país voltou a liderar a classificação de maior taxa mundial de juros em 2021 com o aumento da taxa Selic.

Apesar dos números assustarem e muito, há uma esperança de melhora com o avanço da vacinação e a retomada dos negócios em 2022.

Mesmo assim, Vanessa da Costa Val Munhoz, professora do Instituto de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia (IERI UFU) e doutora em Economia, alerta que a previsão ainda é incerta e as expectativas são de melhora mínima.

A especialista conta que o país está enfrentando uma crise econômica e política há cinco anos e ainda não há previsão de melhora imediata. “Principalmente no ano que vem, com as eleições a perspectiva não é boa.

A inflação acelerada, desigualdade social e desemprego, podem continuar por um tempo”, explica Vanessa, mostrando que o Brasil ainda precisa de muito mais que apenas a retomada dos negócios para ter uma economia estável e positiva.

Alguns dos indicadores importantes para fazer o parâmetro para os próximos meses são a taxa Selic, a inflação e o dólar.

A especialista afirma que a economia é um ciclo vicioso e uma coisa influencia outra. A pressão de custos está sendo o motor da variação de preços, o que gera o aumento de todos os produtos. O resultado disso foi visto até no combustível, que teve o preço majorado sobretudo por conta da desvalorização cambial, que fez com que o dólar chegasse a mais de R$5,70.

“O quadro é de inflação global e no Brasil está sendo ainda pior porque a causa da inflação tem sido o preço da energia elétrica, a questão do choque energético que aconteceu em função de fatores climáticos e da crise hídrica. A elevação desses preços se soma a desvalorização cambial. Quando você soma a inflação de ‘commodities’ e a causa da variação cambial, o resultado é uma inflação ainda maior e mais dramática em relação a global”, explica Vanessa.

Com esse resultado, o Banco Central tenta atacar a inflação com o aumento da Selic, mas isso acaba afetando o preço de tudo na cadeia produtiva, o que diminui o poder de compra dos brasileiros.

“Aí quem sofre é a classe mais pobre por conta desse reflexo nas atividades econômicas. Costumo fazer a analogia que esse remédio para inflação está atacando o sintoma, mas não a causa. Aí, dependendo da doença, acaba matando o paciente”.

Muitas pessoas pensam que por estarem viajando, o preço do dólar não os afeta, mas Vanessa mostra que uma coisa acarreta outra e acaba gerando prejuízos para toda sociedade.

De acordo com a especialista, o que precisa ser feito para manter a economia positiva e estável é um plano a longo prazo, que não combata apenas os sintomas do setor, mas também as causas do problema.

“É uma questão institucional política. A gente não tem hoje um projeto de políticas fundamentadas em planejamento. Por exemplo, temos o teto de gastos, mas o Brasil vai flexibilizar o valor porque há interesses a curto prazo. Algumas coisas podem parecer boas no início, só que a longo prazo prejudica toda a sociedade em um modo geral”, finaliza.

Darah Gomes I Redação

Revista Soberana 

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