Linha do tempo dos Presidentes
Confira na linha do tempo abaixo, os comandantes chefes que já ocuparam a cadeira de maior poder da política brasileira
1889 – Deodoro da Fonseca (1827-1892)
Foi o primeiro presidente do Brasil. Militar, assumiu o poder depois da Proclamação da República, em 1889. Durante o governo, foi responsável pela primeira Constituição Republicana do país. Governou até 1891, quando renunciou ao cargo devido a graves problemas econômicos, como inflação, falência de bancos e fechamento de indústrias.
1891 – Floriano Peixoto (1839-1895)
Assumiu a presidência consolidando o regime republicano. Governou no período chamado República da Espada. Reprimiu revoltas populares que exigiam novas eleições. Durante seu governo, enfrentou revoltas como a Revolta Armada e Revolução Federalista.
1894 – Prudente de Morais (1841-1902)
Destaque para a Guerra dos Canudos, um conflito em que os republicanos enviaram tropas para exterminar um grande grupo de pessoas marginalizadas no sertão da Bahia. Foi o primeiro Civil a assumir a presidência, colocando fim a República da Espada.
1898 – Campos Salles (1841 – 1913)
Campos Salles era fazendeiro e advogado. Representante da oligarquia cafeeira de São Paulo, assumiu o poder durante uma grande crise econômica. Foi durante o mandato que adotou medidas para conter a crise, aumentando impostos, cancelando obras públicas, afetando os setores mais pobres do país na época.
1902 – Rodrigues Alves (1848-1919)
O primeiro presidente eleito do século XX no Brasil foi Rodrigues Alves, também pertencente à elite cafeeira paulista. No mandato teve destaque estímulos à reurbanização, políticas de saneamento básico e modernização. Ele foi também o responsável pela Lei da Vacinação Obrigatória, que foi imposta sem uma prévia conscientização da população e gerou a Revolta da Vacina, em 1904.
1906 – Afonso Pena (1847-1909)
Afonso Pena investiu durante o mandato em saneamento básico e urbanização. Foi o responsável por aumentar a malha ferroviárias do Brasil fortalecendo o desenvolvimento da economia. Era grande incentivador da vinda de imigrantes para o Brasil, pois com a abolição da escravatura, em 1889, o país necessitava de mão de obra.
1909 – Nilo Procópio Peçanha (1867-1924)
Com a morte do Afonso Pena, o vice Nilo Peçanha assumiu a presidência, permanecendo no cargo por apenas um ano e meio. Apesar de pouco tempo no poder, conseguiu realizar feitos importantes, principalmente em prol da população. Foi o primeiro presidente afrodescendente e se preocupou com a questão indígena, criando em 1910 o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), que mais tarde deu origem à FUNAI. Foi durante o governo dele que foi criado o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria.
1910 – Hermes da Fonseca (1855-1923)
Ele era sobrinho do primeiro presidente do Brasil, Marechal Deodoro. Logo nos primeiros dias de mandato, Fonseca se deparou com a Revolta da Chibata, liderada pelo marujo João Cândido. Em 1912, estourou a Guerra do Contestado no sul do país, que também foi sufocada pelos republicanos.
1914 – Venceslau Brás (1868-1966)
Foi durante o governo de Venceslau Brás que o Brasil teve queda nas vendas de café para o exterior, ocasionando na dificuldade de importar produtos para outros países. Outro fato marcante é que ocorreram os surtos de gripe espanhola, além de muitas greves e paralisações.
1918 – Delfim Moreira (1868-1920)
Assumiu o cargo de forma interina no lugar de Rodrigues Alves, que após ser eleito não conseguiu exercer o posto em função da saúde debilitada. Durante o pouco tempo como presidente, enfrentou grave crises, greves e insatisfações populares.
1919 – Epitácio Pessoa (1865-1942)
Governo marcado por agitação social e artística, além de ideias socialistas que chegavam às classes trabalhadoras, que foram intensamente reprimidas. Incentivou a construção de linhas ferroviárias, além da criação da Universidade do Rio de Janeiro e inauguração da primeira estação de rádio.
1922 – Artur Bernardes (1872-1955)
Fez parte da República Velha e da política do café com leite, representando a oligarquia mineira. Lidou com revoltas operárias e a crise do final do pós-guerra. Foi um presidente repressor e autoritário, restringindo a liberdade de imprensa e aumentando impostos.
1926 – Washington Luís (1869-1957)
Foi o último presidente da chamada República Velha e enfrentou problemas com a crise gerada com a quebra da bolsa de valores de Nova York. Contribuiu positivamente na sociedade com a elaboração do Código de Menores em 1926.
1930 – Getúlio Vargas (1882-1954)
Ele foi o presidente que ficou o maior período no governo, permanecendo por 15 anos. Assumiu o poder por meio de um golpe de estado depois que o vice, João Pessoa, foi assassinado. Foi um presidente populista, que realizava ações em prol da sociedade, como a criação do Ministério da Educação e Cultura e elaboração de leis trabalhistas. Entretanto, reprime os movimentos sindicais e qualquer ideologia progressista de esquerda, alinhando-se fortemente com ideias fascistas.
1945 – José Linhares (1886-1957)
Liderou o país por apenas três meses e cinco dias. Era cearese indicado pelas Forças Armadas após a queda de Getúlio Vargas. O maior feito foi a convocação de novas eleições.
1946 – Eurico Gaspar Dutra (1883-1974)
Governo marcado pela perseguição ao comunismo. Instituiu uma nova constituição na qual a pena de morte foi proibida no Brasil. Foi o responsável pela proibição do Partido Comunista (PCB).
1951 – Getúlio Vargas (1882-1954)
Getúlio volta a presidência através de eleições. Enfrentou forte crise econômica e tensão na sociedade. O projeto político era voltado para o nacionalismo. Foi durante o governo que iniciou a construção da Eletrobrás e da Petrobrás. Devido a uma forte pressão e pedidos de renúncia por parte da oposição, Getúlio cometeu suicídio em 24 de agosto de 1954.
1954 – Café Filho (1899-1970)
Após a morte de Getúlio, Café Filho assumiu a presidência em um governo transitório por onde ficou apenas um ano. Foi um momento de grande inflação e crise, contida com redução de gastos públicos.
1955 – Carlos Luz (1894-1961)
Entrou para a história do Brasil como o presidente com menor tempo de mandato: apenas três dias. Assim, o Ministro da Guerra, General Lott, impede os planos de Carlos Luz e dá um golpe no golpe, no que ficou conhecido como 11 de novembro.
1955 – Nereu Ramos (1888-1958)
Por dois meses e 21 dias, o advogado Nereu Ramos ocupou a cadeira de presidente apenas para aguardar que o novo mandatário eleito, Juscelino Kubitschek, ocupasse o cargo.
1956 – Juscelino Kubitschek (1902-1974)
Juscelino Kubitschek, chamado também de JK, foi eleito no final de 1955 e assumiu no ano seguinte. O lema do governo era modernizar e urbanizar o país. Foi nos anos de JK que Brasília, a nova capital do Brasil, foi construída. Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) também teve um aumento significativo.
1961 – Jânio Quadros (1917-1992)
Foi um dos presidentes mais votados do Brasil, com quase 6 milhões de votos. Jânio aproxima também as relações com países socialistas, como Cuba, China e URSS, o que gera desconforto entre a oposição e as forças militares. Jânio renuncia depois de 7 meses, alegando que forças terríveis o pressionavam.
1961 – Ranieri Mazzilli (1910-1975)
Quando Jânio Quadros renuncia, o vice, João Goulart, estava viajando. Assim, quem assumiu a presidência por 13 dias foi Ranieri Mazilli.
1961 – João Goulart (1919-1973)
Ao voltar de viagem, João Goulart, também chamado de Jango, assumiu a presidência. O governo teve apoio das classes populares, sindicatos e operários. Tentou colocar em prática a ideia de distribuição de renda, reforma agrária, reforma educacional, urbana e eleitoral. Entretanto, as pressões da elite, donos de terras, empresários e parte da classe média deram força para sofrer um golpe militar que o impediu de concluir os planos em benefício do povo.
1964 – Ranieri Mazzilli (1910-1975)
Novamente Ranieri Mazilli fica com a presidência do país por pouco tempo, 13 dias, até que os militares escolhessem o novo governante.
1964 – Humberto Castelo Branco (1897-1967)
O primeiro presidente da ditadura brasileira foi Castelo Branco. Durante o governo, fechou o Congresso, impediu a imprensa de publicar livremente, acabou com o voto popular e com demais partidos contrários à ideologia ditatorial. No campo econômico e social, retirou direitos trabalhistas, fez cortes de gastos públicos e não permitiu aumento do salário compatível com a inflação, gerando insatisfação popular.
1967 – Artur da Costa e Silva (1899-1969)
O caráter autoritário de Artur da Costa e Silva fez com que ele permanecesse apenas 2 anos no cargo de presidente do Brasil. O período ficou conhecido como anos de chumbo. A política era voltada para os interesses de grandes empresários internacionais, com congelamento de salários e poucas ações em benefício da população, o que aumentou ainda mais a revolta popular.
1969 – Emílio Garrastazu Médici (1905-1985)
Emílio Garrastazu Médici toma o poder e consegue ser ainda mais autoritário, elevando o nível de repressão. Foi durante o governo de Emílio que surgiu o lema no Brasil: ame-o ou deixe-o, sugerindo que todos que tivessem críticas deveriam sair do país (ou seriam presos e, muitas vezes, mortos).
1974 – Ernesto Geisel (1907-1996)
Durante o mandato começou a abertura política e o Ato Institucional nº 5 foi retirado. De qualquer forma, violações, mortes e torturas ainda aconteceram. Foi neste período que se iniciou o processo de ocupações de terras improdutivas pelo Movimento Sem Terra (MST), que se consolidou como um dos movimentos por reforma agrária mais organizados da América Latina atualmente.
1979 – João Figueiredo (1918-1999)
João Figueiredo foi o último presidente do período militar no Brasil. Teve a função de preparar o país para a abertura política de forma gradual. Instaurou a Lei da Anistia, permitindo que políticos e cidadãos exilados voltassem ao país. Em troca, os crimes da ditadura não poderiam ser julgados e punidos. Autorizou também a criação de novos partidos políticos.
1985 – José Sarney (1930)
José Sarney é o primeiro civil a alcançar o cargo de presidente depois da ditadura militar. Sarney instaura o Plano Cruzado, que congela preços e salários, sem sucesso. A inflação e os juros disparam.
1990 – Fernando Collor de Mello (1949)
O primeiro presidente eleito diretamente pelo povo. A campanha eleitoral foi focada no combate à inflação e à corrupção. Durante o governo, começou a sofrer pressão e foram revelados esquemas de corrupção. Assim, deu-se início a um processo de impeachment. Percebendo que seria retirado do cargo, Collor renuncia no final de 1992.
1992 – Itamar Franco (1930-2011)
Por ser vice de Fernando Collor, Itamar Franco assumiu a presidência. O mandato foi marcado por um plebiscito para a população escolher qual sistema político gostaria, vencendo a República e o Presidencialismo. Houve a estabilização econômica, comandada por Fernando Henrique Cardoso no cargo de Ministro da Fazenda, criando o Plano Real. Além disso, houve privatizações e a volta da fabricação do fusca, pela empresa Volkswagen.
1995 – Fernando Henrique Cardoso (1931)
Com o sucesso do Plano Real, Fernando Henrique conseguiu se eleger presidente. Teve destaque no mandato o aumento considerável de privatizações, como o sistema de telecomunicações. O presidente também teve êxito na redução do analfabetismo. FHC foi reeleito em 1998, permanecendo oito anos no governo.
2003 – Luiz Inácio Lula da Silva (1945)
Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito em 2003 prometendo manter a estabilidade econômica e combater a fome e desemprego. Durante o governo foram criadas mais vagas de trabalho e, para vencer a pobreza extrema, foi criado o programa social Bolsa Família. O governo também foi marcado por investigações de corrupção e pagamentos de deputados para garantir a aprovação de projetos, conhecido como “mensalão”.
2011 – Dilma Rousseff (1947)
Foi a primeira mulher a assumir a presidência. Tomou posse em 2011 e se comprometeu a dar continuidade aos programas sociais iniciados na gestão anterior, de Lula. Durante todo o mandato investiu em infraestrutura, além de criar outros programas sociais como Mais Médicos no intuit de tornar mais acessível o atendimento médico no território brasileiro.
Reeleita democraticamente em 2014, Dilma inicia o segundo mandato. Entretanto, devido a pressões e acusações de cometer crime de responsabilidade fiscal, sofreu um processo de impeachment, que culminou na saída em 2016.
2016 – Michel Temer (1940)
Com a retirada de Dilma do poder, quem assumiu foi o vice, Michel Temer. Como presidente interino, ficou na presidência por dois anos. Durante esse período, voltou o governo para os interesses da elite.
2019 – Jair Bolsonaro (1955)
Antes de assumir a presidência, Bolsonaro foi capitão reformado e deputado federal por sete mandatos. Jair candidatou-se ao cargo mais importante do país prometendo “acabar com tudo isso que está aí”, segundo as próprias palavras do político.