
Uma força-tarefa sem precedentes foi deflagrada nesta segunda-feira (3) contra a mineração ilegal de ouro na Amazônia. A ação, que envolveu órgãos do Brasil, Colômbia, Peru e Bolívia, resultou na destruição de 277 dragas utilizadas em garimpos clandestinos ao longo do rio Madeira — um dos principais afluentes do Amazonas. Segundo informações da Associated Press, o prejuízo estimado às organizações criminosas ultrapassa US$ 190 milhões.
O objetivo da operação, coordenada por forças ambientais e policiais dos países amazônicos, foi interromper a cadeia de extração e transporte de ouro ilegal, que tem causado graves danos ambientais e sociais na região. O garimpo clandestino é responsável pela contaminação de rios com mercúrio e cianeto, pela destruição de áreas de floresta nativa e pelo avanço de conflitos em territórios indígenas.
De acordo com as autoridades brasileiras, a ação também visa identificar os financiadores e receptadores do ouro extraído de forma ilegal — incluindo empresários e redes de exportação que operam com fachada legal. Nos últimos meses, o governo federal intensificou o rastreamento de cargas e reforçou a fiscalização nos portos e aeroportos da região Norte.
O impacto da mineração ilegal é considerado um dos maiores desafios da Amazônia atual. Além dos danos ambientais, o garimpo desestrutura comunidades locais, provoca o aumento de doenças e amplia a presença do crime organizado em áreas de difícil acesso.
A operação ocorre no contexto da COP30, que será realizada no Brasil em 2026, e reforça o discurso do país de assumir papel protagonista no combate à devastação ambiental. O Ministério do Meio Ambiente informou que novas ações conjuntas devem ser realizadas nos próximos meses, ampliando o monitoramento por satélite e o bloqueio de rotas fluviais utilizadas pelos garimpeiros.
Segundo a AP News, esta é uma das maiores ofensivas já realizadas contra a mineração ilegal na Amazônia, e deve gerar efeitos diretos na redução das atividades criminosas ao longo dos próximos meses — marcando um ponto decisivo na política ambiental brasileira.

