
Fonte imagem: Valor Investe
Nessa última quarta-feira, dia 29 de outubro de 2025, o Federal Reserve (Fed), Banco Central americano, decidiu cortar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, estabelecendo a nova banda entre 3,75% e 4% ao ano. O movimento do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) foi notável por uma razão crítica: o corte foi realizado em meio a um incomum “apagão de dados” econômicos já que a economia norte americana está em shutdown, desde o início de outubro.
Nos dias que antecederam a reunião, uma série de indicadores importantes – incluindo relatórios-chave de emprego, inflação e confiança do consumidor – foram divulgados com atraso ou com baixa confiabilidade. Esse cenário de incerteza estatística geralmente induz o Fed à cautela, levando-o a postergar decisões até que o panorama esteja mais claro.
No entanto, a instituição optou por não esperar. A decisão de cortar os juros sugere que o Fed está priorizando a prevenção de uma desaceleração econômica mais acentuada. O comitê parece ter concluído que os riscos de manter o crédito caro por mais tempo – sufocando o investimento e o crescimento – superam os riscos de um possível retorno da inflação, que, embora ainda presente, demonstra sinais de estar sob controle.
O corte tem um impacto imediato nos mercados globais, sinalizando que o crédito nos EUA ficará mais barato. Isso tende a aliviar a pressão sobre o dólar e pode impulsionar o mercado de ações, além de facilitar o crédito para empresas e consumidores. Para o Brasil, o movimento é positivo, pois tende a atrair mais investimentos estrangeiros em busca de maior rentabilidade, justamente quando a economia global busca alívio após um período de aperto monetário.
A pergunta que permanece é se o Fed acertou ao confiar mais em sua leitura macroeconômica e em sua intuição do que nos dados. Ao ignorar o “apagão de dados” e agir, o Fed demonstra uma nova postura de intervenção proativa, arriscando-se a ser criticado caso a inflação volte a subir, mas garantindo respiro para a economia global.


