A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), marcada para ocorrer entre 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém (Pará), está enfrentando fortes críticas e incertezas quanto à participação de diversos países em função dos preços elevados das acomodações na capital paraense.
Segundo relatos, hotéis em Belém chegaram a cotar diárias que ultrapassam US$ 1.000 (mais de R$ 5.000) para uma única noite durante o período do evento. Além disso, a cidade dispõe normalmente de 18 mil leitos de hotel, número considerado insuficiente para acolher os cerca de 45.000 delegados esperados para a COP. Essa escassez aumentou ainda mais a pressão nos preços.
Diversas delegações, especialmente de países em desenvolvimento, pequenos Estados insulares e da Europa Oriental — como Letônia e Lituânia — manifestaram preocupação e avaliaram até a possibilidade de participar remotamente, ou mesmo de não enviar delegações presenciais, por causa dos custos.
Em resposta, o governo federal brasileiro — por meio da Secretaria Extraordinária da COP30 — afirmou que está trabalhando para mitigar o problema. Algumas das medidas anunciadas incluem a criação de uma plataforma de hospedagem voltada para delegações, com preços diferenciados para países em desenvolvimento; oferta de quartos mais baratos, com valores de até US$ 220 por noite para delegações de países emergentes e limite de US$ 600 para países mais ricos; além de apoio da ONU no aumento de subsídios para permitir que delegações com menor poder aquisitivo possam comparecer.
Apesar disso, há críticas de que tais medidas podem não ser suficientes. Observadores e organizações do terceiro setor afirmam que, se muitos países reduzirem sua participação ou deixarem de comparecer, a COP30 corre o risco de ser uma das mais excludentes da história, o que poderia comprometer sua legitimidade e eficácia. Também já houve sugestões de mover o evento para outra cidade com capacidade hoteleira maior, mas o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, afirmou que “a COP será em Belém” e que não há plano B para a sede.
Por fim, há sinais de melhora em alguns preços: a diretora-executiva da COP30, Ana Toni, disse que algumas acomodações já registraram redução de até 22% nos valores em plataformas de reserva.
