Vacinação: avanço no Brasil reforça importância da proteção de crianças e adolescentes

Hospital Mater Dei Santa Genoveva alerta para riscos de atrasar doses e combate a fake news sobre vacinas.

O Brasil registrou, em 2025, aumento da cobertura em 15 das 16 vacinas do Calendário Nacional de Imunização, revertendo a tendência de queda que vinha desde 2016. O avanço é resultado da retomada do Programa Nacional de Imunizações (PNI), aliado a grandes mobilizações nacionais – como o “Dia D” – e ao abastecimento regular de vacinas em todo o país.

Para o pediatra do Hospital Mater Dei Santa Genoveva, Dr. Gilson Fayad, os números mostram um movimento positivo, mas ainda insuficiente, diante dos desafios. “O PNI brasileiro é referência mundial desde 1973. Ele foi responsável por conquistas históricas, como a erradicação da poliomielite, do tétano neonatal e da rubéola congênita. Também ampliou o acesso universal às vacinas pelo SUS, incorporando novas tecnologias, como os imunizantes contra HPV e meningites. Mas precisamos estar atentos: depois de 2015, as coberturas caíram muito e a pandemia agravou esse cenário. É urgente recuperar esse atraso para evitar surtos e até o retorno de doenças já controladas”, afirma.

O que fazer quando há atraso
De acordo com o médico, muitos pais ainda acreditam que, quando uma dose é perdida, o esquema vacinal deve ser reiniciado. “Essa é uma dúvida comum e que gera insegurança. A regra é clara: não existe dose vencida. O esquema deve ser retomado de onde parou, respeitando os intervalos mínimos e a faixa etária de cada vacina. O que foi aplicado continua válido. Por isso, a orientação é simples: leve a caderneta, converse com o pediatra e atualize as vacinas, mesmo que haja atraso”, orienta.

Fake news continuam sendo um desafio
O Dr. Gilson também chama atenção para os mitos e desinformações que circulam nas redes sociais. “Ainda ouvimos pais dizerem que a vacina causa autismo ou infertilidade, ou que muitas doses sobrecarregam o sistema imunológico da criança. Tudo isso já foi amplamente desmentido por estudos científicos. O sistema imune infantil é plenamente capaz de lidar com o número de vacinas do calendário, e os adjuvantes utilizados são seguros, monitorados há décadas. O risco real não está na vacina, mas na ausência dela”, reforça.

Riscos individuais e coletivos da não vacinação
Segundo o pediatra, deixar de vacinar é assumir riscos sérios, tanto individuais quanto coletivos. “No plano individual, uma criança desprotegida pode desenvolver doenças graves, como meningite, coqueluche ou poliomielite, muitas delas com sequelas permanentes ou até fatais. Já no plano coletivo, quando a cobertura vacinal cai, perdemos a imunidade de rebanho, que protege também os mais vulneráveis, como bebês pequenos e idosos. Isso abre espaço para surtos, aumenta custos para o sistema de saúde e impacta a vida escolar e social das famílias”, explica.

Mensagem aos pais
Diante desse cenário, o especialista deixa um recado direto às famílias. “Vacinar é um ato de amor e de responsabilidade. As vacinas são uma conquista da humanidade, capazes de salvar milhões de vidas todos os anos. A história mostra isso: doenças que mataram populações inteiras, como a varíola, foram erradicadas com campanhas de vacinação. Portanto, antes de recusar uma dose, é fundamental buscar informações em fontes confiáveis e conversar com seu pediatra. Prevenção é sempre o caminho mais seguro”, conclui o Dr. Gilson Fayad.

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