Por que a Pollyanna está aqui? Qual a minha trajetória acadêmica que me trouxe à Revista?

Olá, caro leitor! O gosto pelos estudos e pela pesquisa começaram quando eu ainda era criança. Cresci lendo livros e com boas notas na escola, e ao me deparar com a aproximação do vestibular a dúvida tomou conta de mim: o que vou ser quando crescer? Essa não é uma pergunta simples e muito menos uma tarefa fácil, mas dentre todas as possibilidades, decidi estudar economia. Me sentia atraída pelo estudo dessa ciência que envolve números, gráficos e muitas interpretações da realidade e seus impactos. Foram quatro anos de estudos na graduação na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em que me aprofundei nas complexas teorias macro e microeconômicas. Mas sentia que precisava de algo mais, que minha formação não estava completa.

Foi então que, nos últimos meses da minha graduação fiz a prova do mestrado e no ano seguinte iniciei meus estudos no mestrado em Desenvolvimento Econômico na UFU. Dois anos e meio de mestrado, podem ser resumidos em: aulas no período da manhã e da tarde, com intervalos recheados de listas de exercícios e leituras. Ao final, apresentei minha dissertação em que me dediquei ao estudo de dois polos de empresas: o de móveis em Uberlândia e o de Biotecnologia em Uberaba. Meu intuito era entender a dinâmica desses dois aglomerados e verificar como se dava a interação e a cooperação entre os agentes econômicos em setores tão distintos. Após o mestrado eu tinha uma certeza: que faria um doutorado, mas que gostaria de assumir novos desafios, foi então a escolha pelo Doutorado em Políticas Públicas na Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Curitiba, onde também conclui meu pós-doutorado.

Desde a graduação me dediquei a estudar a dinâmica de funcionamento dos mercados, a interação entre os agentes econômicos e como essa interação é relevante para o processo de aprendizado e para a inovação. Esse estudo e inquietação perduraram todo o meu doutorado, ou seja, durante os quatro anos de estudo, sendo um deles, realizado na Universidade de Coimbra em Portugal. Ao final, defendi minha tese intitulada: “O Processo Interativo no Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) em Busca da Inovação: Uma Comparação entre os Polos de Coimbra e de Curitiba”. Mas por que esse estudo? Qual a relevância de analisar dois polos de empresas do mesmo setor, mas em diferentes realidades?

Primeiramente, o setor de TIC foi escolhido para análise pois, é considerado estratégico para o desenvolvimento das economias além de possuir caráter transversal, o que contribui para a geração de externalidades impactando os demais setores da economia. Além disso, esse setor abre oportunidades de inovação que são essenciais para o processo competitivo, sendo o fator localidade muito importante para seu desenvolvimento. Mas o que isso quer dizer? Que a infraestrutura física, as instituições de apoio e de financiamento, as empresas, as universidades e o governo desempenham papéis centrais frente ao desenvolvimento do setor.

Com essas informações, já podemos compreender que o intuito da minha tese não foi buscar respostas fechadas e aplicadas apenas para o setor de TIC, mas, sobretudo, estudar a localidade, sua influência, o papel das instituições governamentais, de apoio e das universidades no processo de inovação. Inovar por si só, demanda tempo e recursos financeiros das empresas e desse modo, a rede de instituições colaboram de modo efetivo para a inovação, seja através de recursos financeiros, desenvolvimento de políticas públicas específicas e parcerias universidade-empresa para a elaboração de pesquisa. O desenvolvimento de empresas brasileiras e a criação mecanismos para que elas consigam sobreviver no mercado e possam se tornar competitivas, não gera apenas impactos no crescimento de uma economia, mas também, no desenvolvimento econômico, com a geração de emprego e renda. Não posso me alongar, mas preciso dizer que foram quatro anos intensos, de estudos, acertos e erros que forneceram uma base sólida para entender o funcionamento dos mercados, as políticas governamentais e as dinâmicas locais e globais e que me levaram ao pós-doutorado, em que estudei o processo de desindustrialização da economia brasileira.

Essa bagagem acadêmica e a profissional, me prepararam para um propósito: traduzir a linguagem técnica da economia em algo acessível e útil para todos. Meu objetivo como colunista é mostrar que a economia não é um assunto para especialistas, mas uma ferramenta poderosa que pode ajudar você na tomada de decisões. A compreensão da economia me entusiasma e pretendo compartilhar com vocês em cada texto.

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