O vulcão Krasheninnikov, localizado na remota Península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, permanece ativo nesta segunda-feira, 4 de agosto de 2025, após entrar em erupção pela primeira vez em cerca de seis séculos. A atividade vulcânica teve início no domingo, 3 de agosto, menos de uma semana após um forte terremoto de magnitude 8,8 atingir a região.
De acordo com o Instituto de Geofísica da Rússia e especialistas do Kamchatka Volcanic Eruption Response Team, a erupção provocou uma coluna de cinzas que alcançou até seis quilômetros de altura, dispersando-se em direção ao Oceano Pacífico. Até o momento, não há registros de vítimas nem de impacto direto em áreas habitadas, já que o vulcão está situado em uma zona inóspita e desabitada.
As autoridades mantêm o nível de alerta aeronáutico em “laranja”, indicando risco moderado para voos comerciais na região devido à presença de cinzas na atmosfera. O Serviço Geológico Russo afirmou que explosões de menor intensidade podem continuar nos próximos dias, apesar de sinais de declínio gradual da atividade.
O episódio reacendeu preocupações sobre a possibilidade de uma reação em cadeia entre os vulcões da região, todos situados no chamado Anel de Fogo do Pacífico — uma das áreas com maior concentração de terremotos e vulcões ativos do planeta. Após o tremor da semana passada, outras formações vulcânicas próximas, como Klyuchevskoy, Shiveluch, Bezymianny e Avachinsky, também apresentaram instabilidade.
A chefe do centro de monitoramento de Kamchatka, Olga Girina, afirmou que esta é uma das erupções mais significativas do século na Rússia, e a primeira do Krasheninnikov desde registros estimados entre os anos de 1463 e 1550. “A combinação de atividade sísmica intensa e estruturas geológicas vulneráveis torna a região particularmente propensa a episódios como este”, explicou.
Embora o impacto humano direto seja limitado, especialistas alertam para os efeitos ambientais e climáticos que erupções desse porte podem causar. A dispersão de cinzas em altitude pode interferir em rotas aéreas e afetar o clima regional a curto prazo.
A situação segue sendo monitorada por agências russas e internacionais, enquanto pesquisadores avaliam possíveis correlações entre o terremoto recente e a súbita reativação do vulcão após séculos de dormência.