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Uberlândia (MG) – Anunciado como avanço histórico para a saúde pública local, o início das operações do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Uberlândia, previsto para 31 de agosto de 2025, está sob risco. A principal ameaça é a falta de garantias quanto aos repasses financeiros do governo federal, considerados essenciais para a viabilidade do projeto.
O serviço foi oficialment confirmado em maio deste ano pelo prefeito Paulo Sérgio Ferreira (PP) e pelo deputado federal Weliton Prado (SDD-MG), em conjunto com o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência e Emergência do Triângulo do Norte (Cistri), responsável pela implantação. No entanto, a iniciativa pode sofrer atraso ou até suspensão caso os recursos prometidos pela União não sejam liberados a tempo.
Segundo o Cistri, a estrutura regional de saúde já enfrenta déficits operacionais expressivos. A estimativa é de que, sem os aportes federais, o sistema não terá capacidade financeira para sustentar o funcionamento do SAMU nos primeiros meses. O Ministério da Saúde ainda não confirmou a liberação integral dos recursos, o que acende o alerta entre gestores municipais e lideranças políticas.
Atualmente, Uberlândia não conta com cobertura do SAMU. O atendimento de urgência é realizado exclusivamente pelo Corpo de Bombeiros, por meio do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE), o que limita a oferta de suporte avançado à população.
Com o novo plano, a cidade receberia uma base do SAMU equipada com ambulâncias de suporte básico e avançado. A proposta inclui ainda a transformação da Unidade de Atendimento Integrado (UAI) São Jorge em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), o que reforçaria a estrutura da rede de urgência. O investimento inicial estimado para essa reestruturação é de R$ 8 milhões.
No entanto, técnicos da Secretaria Municipal de Saúde alertam que o orçamento da pasta está próximo do limite prudencial, com mais de 30% dos recursos comprometidos. A execução do projeto dependerá da entrada de verbas estaduais e federais. Sem esse reforço financeiro, a prefeitura corre o risco de sobrecarregar o orçamento municipal.
A preocupação não é exclusiva de Uberlândia. Regiões como o Sul de Minas e o Vale do Aço também enfrentam dificuldades para manter seus consórcios do SAMU em funcionamento, com repasses da União abaixo do esperado. Parlamentares têm pressionado o Ministério da Saúde a revisar os critérios de financiamento do serviço em todo o país.
Com o prazo de agosto se aproximando, aumenta a pressão sobre autoridades locais e federais para garantir a continuidade do cronograma. Técnicos envolvidos no projeto já avaliam, nos bastidores, a possibilidade de adiar o início das operações caso os recursos não sejam confirmados até o final de julho.