Imagine que seu corpo tem memória. Não apenas emocional, mas metabólica. Ele se lembra do maior peso que você já teve — e faz de tudo para voltar até ele. Parece injusto? Mas é exatamente o que a ciência vem comprovando com estudos cada vez mais robustos.
O ciclo do peso e o efeito sanfona: o que isso faz com seu metabolismo?
Vários estudos recentes demonstram que indivíduos que passaram por múltiplos ciclos de perda e reganho de peso apresentam piores respostas metabólicas com o tempo. Quanto mais ciclos, mais o corpo se adapta… para resistir ao emagrecimento.
Isso acontece porque:
- As células de gordura (adipócitos) passam a apresentar mais fibrose e se tornam senescentes — ou seja, velhas, inflamadas e
metabolicamente disfuncionais.
- A gordura deixa de ser apenas um depósito energético e passa a produzir sinais inflamatórios que dificultam a perda de peso e aumentam a resistência aos tratamentos, inclusive medicamentosos.
Isso foi mostrado claramente no artigo “ Senescence-associated β-galactosidase in subcutaneous adipose tissue associates with altered glycaemic status and truncal fat in severe obesity”, onde se comprovou que a gordura mais envelhecida (de quem já teve obesidade grave por longos períodos) responde pior ao tratamento e tende a alterar ainda mais o metabolismo glicêmico.
Massa muscular é a primeira a ir embora. E nem sempre volta.
Estudos com pessoas que passaram por seis ou mais episódios de reganho de peso mostraram:
- 3,8 vezes mais risco de baixa massa muscular
- 5 vezes mais casos de baixa força muscular
- 6 vezes mais risco de desenvolver obesidade sarcopênica
Ou seja, a cada ciclo de perda de peso, o corpo perde gordura e músculo. Mas ao recuperar o peso, o que volta é quase só gordura.
Isso tem um nome: alteração desfavorável da composição corporal. E quanto mais vezes o ciclo se repete, mais difícil é manter um metabolismo ativo e saudável.
Além disso, em idosos ou mulheres pós-menopausa, mesmo um único ciclo pode causar perda irreversível de massa magra. A perda de força, funcionalidade e saúde metabólica vai se acumulando de forma silenciosa.
O tempo de obesidade importa. E o efeito sanfona também.
Quanto mais tempo uma pessoa permanece obesa e quanto mais ciclos de efeito sanfona ela vive, pior será a resposta à terapia medicamentosa.
Por quê?
- A gordura se torna inflamada e resistente.
- O corpo se adapta a gastar menos.
- O cérebro passa a reagir com mais força aos estímulos alimentares.
- Os medicamentos antiobesidade perdem parte do seu potencial de resposta.
É como tentar empurrar um carro que está cada vez mais atolado. Por isso, quanto antes o tratamento for iniciado, mais eficaz ele será. E quanto mais estruturado for o plano de manutenção, menor o risco de reganho.
E qual é o caminho?
A ciência já mostra com clareza: tratamento da obesidade é para a vida toda.
E precisa ser feito com:
- Estratégia individualizada
- Medicações baseadas em evidências
- Preservação e ganho de massa muscular
- Melhora do sono e do ritmo circadiano
- Apoio psicológico e mudança no ambiente alimentar
- E, principalmente, plano de manutenção a longo prazo
Dr Divino Mamede CRMMG 4347 2 RQE 38338
Emagrecimento, Tratamento da Obesidade e do Lipedema, Terapias Hormonais
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