Conceito 2: Quanto mais ciclos de ganha/perde peso pior vai ficando a resposta ao tratamento

Imagine que seu corpo tem memória. Não apenas emocional, mas metabólica. Ele se lembra do maior peso que você já teve — e faz de tudo para voltar até ele. Parece injusto? Mas é exatamente o que a ciência vem comprovando com estudos cada vez mais robustos.

O ciclo do peso e o efeito sanfona: o que isso faz com seu metabolismo? 

Vários estudos recentes demonstram que indivíduos que passaram por múltiplos ciclos de perda e reganho de peso apresentam piores respostas metabólicas com o tempo. Quanto mais ciclos, mais o corpo se adapta… para resistir ao emagrecimento.

Isso acontece porque:

  • As células de gordura (adipócitos) passam a apresentar mais fibrose e se tornam senescentes — ou seja, velhas, inflamadas e metabolicamente disfuncionais.
  • A gordura deixa de ser apenas um depósito energético e passa a produzir sinais inflamatórios que dificultam a perda de peso e aumentam a resistência aos tratamentos, inclusive medicamentosos.

Isso foi mostrado claramente no artigo “ Senescence-associated β-galactosidase in subcutaneous adipose tissue associates with altered glycaemic status and truncal fat in severe obesity”, onde se comprovou que a gordura mais envelhecida (de quem já teve obesidade grave por longos períodos) responde pior ao tratamento e tende a alterar ainda mais o metabolismo glicêmico.

 Massa muscular é a primeira a ir embora. E nem sempre volta. 

Estudos com pessoas que passaram por seis ou mais episódios de reganho de peso mostraram:

  • 3,8 vezes mais risco de baixa massa muscular
  • 5 vezes mais casos de baixa força muscular
  • 6 vezes mais risco de desenvolver obesidade sarcopênica

Ou seja, a cada ciclo de perda de peso, o corpo perde gordura e músculo. Mas ao recuperar o peso, o que volta é quase só gordura.

Isso tem um nome: alteração desfavorável da composição corporal. E quanto mais vezes o ciclo se repete, mais difícil é manter um metabolismo ativo e saudável.

Além disso, em idosos ou mulheres pós-menopausa, mesmo um único ciclo pode causar perda irreversível de massa magra. A perda de força, funcionalidade e saúde metabólica vai se acumulando de forma silenciosa.

O tempo de obesidade importa. E o efeito sanfona também.

Quanto mais tempo uma pessoa permanece obesa e quanto mais ciclos de efeito sanfona ela vive, pior será a resposta à terapia medicamentosa.

Por quê?

  • A gordura se torna inflamada e resistente.
  • O corpo se adapta a gastar menos.
  • O cérebro passa a reagir com mais força aos estímulos alimentares.
  • Os medicamentos antiobesidade perdem parte do seu potencial de resposta.

É como tentar empurrar um carro que está cada vez mais atolado. Por isso, quanto antes o tratamento for iniciado, mais eficaz ele será. E quanto mais estruturado for o plano de manutenção, menor o risco de reganho.

 E qual é o caminho?

A ciência já mostra com clareza: tratamento da obesidade é para a vida toda.

E precisa ser feito com:

  • Estratégia individualizada
  • Medicações baseadas em evidências
  • Preservação e ganho de massa muscular
  • Melhora do sono e do ritmo circadiano
  • Apoio psicológico e mudança no ambiente alimentar
  • E, principalmente, plano de manutenção a longo prazo

 

 

Dr Divino Mamede CRMMG 4347 2    RQE 38338

Emagrecimento, Tratamento da Obesidade e do Lipedema, Terapias Hormonais

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