Especialistas falam como a necessidade de contato e afeto se tornou secundária após a pandemia
Dia do abraço, onde “não abraçar” também é um ato de amor
Brasileiros são conhecidos principalmente por toda a sua demonstração de afeto e carinho com amigos, familiares e conhecidos. Na verdade, quem nunca deu um pequeno abraço em alguém que acabou de conhecer? Mas isso é uma questão cultural toda nossa, que somos acostumados a ter esse carinho mútuo inevitavelmente, e a falta que isso faz é notável nas pesquisas de bem estar; Cerca de 40% da população teve sintomas ou experimentou depressão e ansiedade, que tiveram de ser tratados com paciência e principalmente, distância.
“Toda a questão do abraço vai muito além do pouco valor que damos a ele. Alguns estudos mostram que crianças que foram pouco abraçadas, não gostam muito do contato, ao contrário de quem era bastante esmagado por abraços – e tendem a gostar e repassar o carinho.” – conta a consultora Ester Gomes.
Ester comenta também que muitos bebês recém nascidos inclusive, precisam desse tipo de afeto para melhorar seu desenvolvimento e começar a criar senso de confiança.
“O ser humano naturalmente se comunica com o próximo por diferentes formas de linguagem, comunicação, mas sem dúvidas a que possui maior impacto é o toque.” – Dra. Adriana Lima, biomédica especialista em longevidade.
A profissional explica que a pele tem vários receptores conectados em “linha direta” com o cérebro.
“Sabe aquele carinho no braço ou um cafuné? Quando sentimos o toque, o cérebro automaticamente reduz a produção de cortisol – que também é conhecido como o hormônio do estresse. – e o fortalece o sistema imunológico.”
A especialista em desenvolvimento de pessoas Rita Carvalho conta que a falta desse contato tem deixado muita gente com falta de vontade e produtividade nos dias profissionais e pessoais.
“Essa simples sensação do cotidiano trás para muitos de nós brasileiros, é grandiosa no contexto geral de nosso comportamento diário, pois ajuda a elevar a autoestima e confiança, através da generosidade causada pela empatia ou a troca de afeto pelo abraço. Por este motivo, as restrições neste momento pandêmico em que vivemos causa tanto desconforto para muitos brasileiros que necessitam se manter isolados, esta privação pode até afetar outros hábitos como o de se alimentar e dormir saudavelmente.”
O mentor Rafael Peixoto diz que podemos tentar lidar com essa falta de uma maneira mais saudável, através da meditação e da hipnoterapia.
“Claro que não podemos suprir 100% o ato do toque, que já muda tanto a dinâmica do nosso corpo, mas com certeza podemos passar por essa “carência” de uma maneira mais saudável, preparando sua mente contra a depressão e a ansiedade. A hipnoterapia vai a fundo nas nossas questões mentais, e até mesmo físicas. Se temos como estar bem durante esse tempo sem afeto, precisamos usar todas as ferramentas que temos à mão.”
No próximo dia 22 – Dia Nacional do Abraço, se você puder doar esse afeto para alguém que você ama, faça isso! Mas se não, doe seu carinho de uma forma diferente, mas – distantemente – efetiva.