Tecnologia e longevidade: como a inovação apoia a saúde dos idosos

Com o crescimento da população idosa no mundo, a tecnologia vem se tornando uma aliada para garantir mais saúde, autonomia e qualidade de vida nessa fase. De smartwatches a consultas online, as ferramentas digitais estão transformando a rotina de muitos idosos — e os especialistas destacam que isso é só o começo. O Dr. Tiago Ferolla, geriatra da Linha de Cuidado do Idoso do Hospital Mater Dei Santa Genoveva, destaca avanços e desafios nesse cenário e como essas soluções estão sendo aplicadas na prática.

Cuidados que chegam em tempo real
Imagine um relógio que avisa se a pressão está alterada ou se houve uma queda. Dispositivos vestíveis, como smartwatches, já fazem isso hoje. Segundo o Dr. Ferolla, eles não apenas monitoram problemas cardíacos e sono, como incentivam movimentos físicos diários, algo que ajuda a prevenir complicações. “Os dados obtidos permitem que as equipes de saúde intervenham rapidamente, personalizando os tratamentos”, explica.

A telemedicina também ganhou espaço, principalmente para quem tem dificuldade de locomoção. “Muitos pacientes evitam longas viagens para consultas e oferecem atendimento especializado de casa”, diz o médico. Ainda assim, ele ressalta que parte dos idosos enfrenta desafios para usar plataformas digitais. “Iniciativas de ensino tecnológico, como cursos em centros comunitários, são essenciais para reduzir essa lacuna”, reforça.

Autonomia e rotina sem complicações
Esquecer de tomar um remédio ou confundir horários é comum, mas aplicativos de celular e dispensadores automáticos estão ajudando a resolver esse problema. Enquanto isso, assistentes de voz — como os que controlam as luzes ou a temperatura da casa — dependem da dependência de terceiros nas tarefas cotidianas.

Para manter a mente ativa, jogos de memória e exercícios adaptados acessíveis por aplicativos feitos têm uma diferença. “Idosos que usam essas ferramentas costumam relacionar mais disposição e interação social”, comenta o Dr. Ferolla. A tecnologia, aqui, vira uma ponte para conexões: videochamadas com familiares ou grupos online ajudam a escapar da solidão, um fator de risco para doenças como depressão.

Reabilitação com um toque de inovação
A realidade virtual já é usada em clínicas para simular caminhadas em parques ou desafios que exercitam o corpo e a mente. “É uma forma lúdica de envolver os pacientes, especialmente na recuperação pós-AVC ou fraturas”, destaca o geriatra. A inteligência artificial também entra nessa dança, ajustando os exercícios de acordo com o progresso de cada pessoa.

O futuro que já chegou
Apesar dos benefícios, o médico lembra que não basta criar ferramentas: é preciso incluir. “Ainda há resistência por parte de alguns idosos, mas quando a família participa do processo, a adaptação flui melhor”, observa. Projetos com robôs assistivos — que lembram compromissos ou até fazem companhia — e sistemas de IA, para prever crises de saúde, são algumas apostas para os próximos anos.

Para o Dr. Ferolla, o segredo está em equilibrar inovação e acolhimento. “A tecnologia não substitui o cuidado humano, mas pode ampliá-lo”, conclui. Com acesso a recursos digitais e apoio para usá-los, muitos idosos estão descobrindo que envelhecer com mais vitalidade e segurança é, sim, uma realidade possível.

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