“Fui a endócrinos que não eram endócrinos” – Carolina Ribeiro, ex-modelo. Fantástico, 13/04/2025.

Que a história dessa ex-modelo querida sirva de alerta de escolhas não padronizadas de especialistas que se autoentitulam em redes sociais, sem o reconhecimento de seu registro de especialidade em Medicina. Que ela fique bem. Diagnosticada com Esclerose Múltipla por Neurologista especializado, após buscas de alternativos.

Matéria exibida no Fantástico @showdavida em 13/04/2025 sobre atrasos em diagnósticos corretos de Medicina baseada em evidências, enquanto se faz tratamentos de protocolos próprios sem comprovação ou rastreio de bulas, com uma romantização de busca de energia personalizada ou esportiva ou modulação hormonal. Quando não se tem estudo, pode até dar certo, mas o ponto de interrogação existe, e a resposta pode ser você, paciente que procura de forma bem intencionada, mas sem saber de riscos ou reais benefícios.

Medicina padronizada tem seus riscos? Sim. Medicina respaldada pelo Conselho Federal de Medicina pode ter suas limitações e desafios? Sim. Tratamentos com bulas tem seus efeitos colaterais, claro. A diferença é que se conhece de forma estatística cada indicação, cada dificuldade, cada limitação, cada benefício, cada risco relativo, risco absoluto e risco atribuído de cada medicação. Uma medicação estudada com registro em ANVISA e padronizada é avaliada por sociedades médicas mundiais, pelos conselhos federais de medicina e órgãos de vigilância nacionais e internacionais. Somente é prescrito pelos médicos especialistas que seguem essas recomendações se os benefícios superam os riscos.

Além disso, mesmo liberada para comercialização, porque o tratamento passou em testes de anos de estudos, de fase I, fase II, fase III etc, a vigilância permanece por décadas, por órgãos mundiais como Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos, Agência Europeia de Medicamentos (EMA), ANVISA no Brasil entre outras, além de estudos em vida real por coleta de dados reportados. Ainda assim, se a medicação na vida real tiver resposta diferente do esperado em estudos, ela é retirada do mercado, mesmo após aprovada e passa a ser “proscrita”(proibida), e não “prescrita”(recomendada).

Entretanto, quando não se sabe nada disso, quando o médico que se autoentitula especialista em redes sociais prescreve tratamento próprio ou manipulado como se fosse personalizado, quando não há esse critério de segurança, com supostas medicações vendidas em próprios consultórios, não há essas respostas de riscos e benefícios. E a resposta pode ser você que vai dar, com seu corpo, sua saúde. Você não pode ser o teste.

Na dúvida, uma recomendação do Conselho Federal de Medicina (CFM), é buscar na página do CFM o nome do seu médico e se ele tem Registro de Qualificação de Especialista (RQE). Procure o RQE do seu médico. Vc pode ter mais embasamento para decidir sobre que tipo de medicina está à sua frente.
Abraço e que suas escolhas façam a diferença positiva na sua saúde.

Dra. Gisele Vissoci Marquini
Ginecologia/ Uroginecologia/Cirurgia Vaginal
CRM 3417O RQE 197O1

 

Fonte: g1.globo.com

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