Filhos com Desregulação Emocional

Qualquer família pode ter um filho com desregulação emocional.  Transtornos de Vínculos, de Déficit de Atenção e Hiperatividade, Opositor Desafiador, Espectro Autista, e tantos outros.  Não é culpa dos pais.  Se a família puder contar com apoio e serviços necessários, com profissionais habilitados, se a criança/adolescente recebe o que precisa para que seu sistema nervoso se sinta seguro, e se os pais tem o que necessitam para que também se sintam seguros, ter um filho com desregulação emocional não é traumático.

Imagino que você esteja pensando que não dispomos de bons serviços para todo este apoio supracitado.  É verdade!  E aí podemos entrar em caminhos traumáticos.

A desregulação emocional e a desorganização do sistema nervoso da criança a leva a hiper reações confusas, perigosas, que levam os pais a despender muito do seu tempo em caos, confusão, sobrecarga e até em perigo.

O senso de solidão e isolamento em parentar uma criança que necessita de suporte significativo em uma cultura que não é receptiva a estas vulnerabilidades e necessidades, leva os pais a um lugar em que se sentem não vistos, muito menos compreendidos.

O desdenho, desprezo ou desgosto que os pais recebem dos outros (inclusive de profissionais, amigos e parentes próximos) pela cultura de que pais são responsáveis pelo comportamento dos filhos exacerba o senso de isolamento e a sensação de não serem acolhidos devido a tanto julgamento.

Quando os irmãos se sentem preteridos porque os pais precisam dar tanta atenção e investir tantos recursos na vida do filho que possui desregulação emocional, os pais se sentem perdidos, culpados, muitas vezes sem esperança para levar a realidade familiar a um equilíbrio maior, onde podem oferecer aos irmãos a proteção e cuidado que precisam.

No fundo, você já sabe que os serviços que sua criança ou adolescente necessita não existem, e os poucos que existem, são inacessíveis à maioria das famílias que deles precisam pelo valor, localização e acesso a estes recursos.

Muitos profissionais que deveriam ajudar estes pais, não acreditam neles, minimizam a severidade da situação, ou providenciam recursos que não dão o suporte necessário, manipulando os pais com seus frágeis conceitos sobre o assunto.  Mais uma vez os pais se sentem sós e até achando que os profissionais estão certos, que todo o erro está na sua condução.  Não está!

Fazer um advocacy e educar a sociedade para que compreendam de fato o que acontece para mostrar aos profissionais e à sociedade o que realmente acontece é importante e transformador.

As mensagens culturais sobre o lamento, que não podemos lamentar e sermos gratos concomitantemente, pois significaria que você perdeu as esperanças, te furtam de poder expressar ou admitir este lamento.  Não poder lamentar é traumático.

Parentar uma criança ou jovem cujas dificuldades levam frequentemente a muitas perdas como as de trabalho, status na comunidade, instabilidade financeira e até de relacionamentos com pessoas que você acreditava que sempre estariam ao seu lado, levam os pais a um sentimento de perda imensurável.

Nós compreendemos a sua realidade.  Nós vemos você pai, mãe. Nós vemos o seu filho, a sua filha.  E apesar de tantas dificuldades, acreditamos que esta parentalidade pode ser mais e mais saudável, funcional e até agradável. Você não está sozinho.  Procure um grupo de apoio virtual ou presencial.  São extremamente terapêuticos e muitos, gratuitos.  Também temos alguns materiais que sei que podem te ajudar, assim como tem me ajudado.  Fique a vontade para entrar em contato comigo.  Terei muito prazer em dividir esta carga com você.  Eu conheço este lugar.  Força!

Criança em Foco : Mini curso on line gratuito (cerca de 4 horas) com certificado: https://www.pontesdeamor.org.br/portal/crianca-em-foco-2/

Videocast Criança em foco: Um novo episódio disponível a cada 15 dias pelo spotfy e youtube da Pontes de Amor.  Destinado a pais e profissionais de crianças e adolescentes com desregulação emocional e/ou que vem de histórias difíceis.

https://youtu.be/cRs-_zz9QCQ?si=QpUVbKhDso89Bq_J

https://youtu.be/gH46MGzvSd8?si=AaOUZ96INgrS0sF8Desregulação EmocionalDesregulação EmocionalDesregulação Emocional

9 thoughts on “Filhos com Desregulação Emocional

  1. Cristina Pereira says:

    Linda informação Sarinha! Como avôs de uma criança atípica sinto que precisamos de auxílio de como lidar com situações particulares dessas crianças que tanto amamos. Queremos ser leves na vida delas!

  2. Ana Maria Carrara Quaggio says:

    Querida amiga Sara, obrigada por trazer assuntos difíceis com tamanha clareza, objetividade e repletos de acolhimento e afeto…é você! Bjs

  3. Cláudia Lassi says:

    Texto impactante e esclarecedor.
    Esta rede de apoio é de extrema importância para que essas famílias possam se sustentar em meio aos desafios.

  4. Ana Paula Naves Parreira says:

    Informações necessárias que ajudam muito nas nossas casas e nossa caminhada , no cuidado de famílias . Muito Relevante para os dias que estamos vivendo. Parabéns Sara 🙌🏼

  5. Gabriela Carolina Rodrigues Francisco says:

    Participei de um curso q vc deu aqui e em Frutal, me ajudou muito tanto quanto mãe, quanto na minha vida proficional

  6. Sandra Camargo Moura says:

    Essas informações são esclarecedoras pra mim,tenho um filho com transtorno TDAH e TOD, e o pior tem fibrose cística e tenho dificuldade de lidar de ajuda -lo pois não tenho condições financeiras pra contratar uma terapia neurologista,está medicado com ritalina de 20 mg, já ajuda bastante, mais percebo que falta um trabalho psicológico.tenho tido vários problemas comportamental na escola e em qualquer lugar social.

  7. Paulo Romes Junqueira says:

    Bom dia Sara! Como sempre brilhante. Acabei de ler sua publicação. Ai, fico me perguntando será que não temos alguma criança com algum desses transtornos que você citou e não estamos tendo a sensibilidade de identificar? Obrigado por compartilhar seus conhecimentos por aqui. Continue brilhando!!! Paulo Romes Junqueira

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