Falar sobre sexo é extremamente importante para evitar discriminações e promover a compreensão da diversidade humana. Lidar com os preconceitos e estereótipos contribui para a inclusão e o respeito, onde as pessoas vivem autenticamente e sem medo. A promoção da educação sexual adequada é fundamental.
O conceito de desvio sexual depende das normas culturais. É um termo usado para descrever comportamentos sexuais que se desviam das normas sociais predominantes. Isso inclui também comportamentos ilegais, prejudiciais, inapropriados ou inaceitáveis. Muitos comportamentos que foram considerados desviantes no passado, hoje são mais tolerados.
Nos próximos textos abordarei transtornos relacionados à sexualidade, também conhecidos por Transtornos Parafílicos pelo DSM-5R (Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais).
Os transtornos parafílicos incluem, entre outros, transtorno voyeurístico (espionar outras pessoas em atividades privadas), transtorno exibicionista (exposição dos genitais), transtorno frotteurístico (tocar ou esfregar em uma pessoa que não consente), transtorno de masoquismo sexual (sofrer humilhação, escravidão ou sofrimento), transtorno de sadismo sexual (infligir humilhação, escravidão ou sofrimento), transtorno pedofílico (foco sexual em crianças), transtorno fetichista (usar objetos não vivos ou ter um foco altamente específico em partes não genitais do corpo) e transtorno transvéstico (envolver-se em cruzamento sexualmente excitante – vestir).
Esses transtornos são relativamente comuns, e alguns deles envolvem ações para sua satisfação que, por causa de sua nocividade ou danos potenciais a outros, são classificados como ofensas criminais.
Estes transtornos listados acima não esgotam a lista de transtornos parafílicos. Muitas parafilias distintas foram identificadas e nomeadas, e qualquer delas poderia, em virtude de suas consequências negativas para o indivíduo ou para os outros, atingir o nível de um transtorno.
A classificação abaixo explica melhor cada parafilia:
O primeiro grupo de transtornos é baseado em preferências anômalas de atividade. São subdivididos em transtornos de namoro, que são componentes distorcidos do comportamento de galanteio humano: transtorno voyeurístico, transtorno exibicionista e transtorno frotteurístico. Transtornos algolagnicos, que envolvem dor e sofrimento (transtorno de masoquismo sexual e transtorno de sadismo sexual).
O segundo grupo se baseia em preferências por alvos anômalos. Inclui um que é direcionado a outros humanos como no transtorno pedofílico e um outro direcionado a outros lugares como no transtorno fetichista e no transtorno transvéstico.
Algumas parafilias dizem respeito principalmente às atividades eróticas do indivíduo, outras, dizem respeito aos alvos eróticos como interesse intenso e persistente em espancar, chicotear, cortar, amarrar ou estrangular outra pessoa sendo que este interesse se iguala ou excede o interesse do indivíduo na cópula ou interação com outra pessoa, como o interesse sexual por crianças, cadáveres ou amputados.
O termo parafilia caracteriza qualquer interesse sexual intenso e persistente que não seja interesse sexual em estimulação genital ou carícias preparatórias com parceiros humanos normais, fisicamente maduros e consentidos.
Existem parafilias específicas como interesse preferencial em animais não humanos, como cavalos ou cães, ou em objetos inanimados, como sapatos e artigos feitos de borracha.
Um transtorno parafílico é uma parafilia que está atualmente causando sofrimento ou prejuízo ao indivíduo ou uma parafilia cuja satisfação acarretou dano pessoal ou risco de dano a outros. E somente um psiquiatra ou psicoterapeuta habilitados estão aptos a fazer estes diagnósticos.
Uma parafilia não é critério suficiente para diagnosticar um transtorno parafílico, e uma parafilia por si só, nem sempre requer intervenção clínica.
As psicoterapias são utilizadas no tratamento desses transtornos e ajuda os indivíduos a identificarem e modificarem pensamentos e comportamentos disfuncionais em relação à sexualidade.
Algumas situações exigem medicamentos prescritos para tratar sintomas associados a estes transtornos. Seu uso deve ser monitorado com cuidado por um psiquiatra para prevenir efeitos colaterais e interações medicamentosas.