Você sabia que todo pai ou mãe possui um estilo predominante na forma como se relaciona com seus filhos? Sabia também que existem estudos que mostram as tendências futuras desses filhos, de acordo com o estilo parental predominante em sua criação?
Desde 1993, Darling e Steinberg desenvolveram um modelo que explica e diferencia os estilos e práticas parentais, baseado em seus estudos. Os estilos parentais referem-se às atitudes dos pais em relação às crianças e ao clima emocional que estabelecem entre pais e filhos.
Vamos direto ao assunto e apresentar esses conceitos de forma simplificada e sucinta. Existem quatro estilos parentais predominantes: autoritário, negligente, permissivo e autoritativo. Estudos também identificam os comportamentos que os filhos de cada estilo costumam desenvolver. Vamos examinar?
Os pais autoritários demonstram pouco afeto, mas impõem muitas regras e disciplina. São aqueles que costumam dizer: “Manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Castigos, por vezes até severos, acompanham esses pais. Como costumam ser seus filhos? Geralmente têm desempenho escolar razoável, são submissos, são pobres em suas habilidades sociais, possuem baixa autoestima e autoconfiança, e tendem a apresentar altos índices de depressão, ansiedade e estresse. Fazem de tudo para serem aceitos.
Em oposição ao estilo autoritário, temos os pais permissivos, que oferecem muito afeto, estão presentes na vida dos filhos em todos os aspectos, estabelecem poucas regras, limites e consequências. Os filhos desses pais geralmente são tratados como reis e rainhas em casa, têm alta autoestima, mas baixo autocontrole emocional e comportamental (autorregulação), maior propensão a condutas antissociais, baixo desempenho escolar, são muito dependentes e apresentam baixa tolerância à frustração.
O terceiro estilo é o dos pais negligentes, que demonstram pouco afeto, estão ausentes na vida dos filhos, estabelecem poucas regras ou exigências. Seus filhos têm os menores níveis de motivação para estudo e trabalho, maiores índices de problemas de saúde mental, cognitiva e social.
Por último, temos os pais do estilo autoritativo. Eles conseguem o equilíbrio entre estrutura e afeto. São presentes, não aceitam qualquer comportamento dos filhos, mas são amorosos, respeitosos e interativos. Sabem compartilhar o poder de opinião e decisão com os filhos quando necessário e possível, e seus limites são claros, com expectativas adequadas em relação aos filhos. Os filhos dos pais autoritativos tendem a apresentar excelente desenvolvimento social, cognitivo e emocional.
E você? Qual era o estilo parental de seus pais? Você repete esse estilo, se opõe a ele ou desenvolveu algo diferente? É importante notar que os estilos podem ser mudados, aprendidos, e nunca é tarde para uma autoavaliação e para desenvolver uma nova forma de se relacionar com nossos filhos. As mudanças não ocorrem da noite para o dia; são processos, mas são viáveis e possíveis. Maternar e paternar é um dos papéis mais desafiadores que desempenhamos na vida, mas sempre vale a pena repensar e investir o nosso melhor nos filhos que a vida nos deu.