8 Razões para Você NÃO Adotar um Filho

1 – “Perdi um filho, já tive abortos espontâneos e quero adotar um filho para preencher este vazio.’  Ninguém substitui ninguém.  Os filhos que se foram dentro ou fora do nosso ventre possuem seu lugar na nossa história e em nosso coração.  Outro filho ocupará um novo lugar, mas jamais suprirá a saudade, a falta que temos de quem se foi.  Esta motivação pode gerar comparações injustas, principalmente quando o filho adotivo não atender às nossas expectativas: “Ah!  Se fosse o outro, certamente não seria assim.” Será?!?

2 – ‘Só pude ter um filho e ele quer muito um irmãozinho para brincar.”  Bem, me parece que quem precisa fazer o planejamento familiar e desejar de verdade os filhos, são os pais, afinal, a responsabilidade de cuidar, educar, sustentar, instruir, apoiar esta criança será inteiramente dos pais, não do irmão mais velho. E se os irmãos não se derem bem?  Conhece alguma família em que irmãos são como gato e rato?  Será que neste caso, por esta motivação, o filho adotivo não ficará em desvantagem por não cumprir o objetivo inicial?

3 – “Meu casamento não anda bem e estou certa(o) de que se adotarmos um filho as coisas irão melhorar.”  Ledo engano! A chegada de um filho aumenta as responsabilidades e as tensões entre o casal.  Ao invés de investir na adoção, que tal buscar uma terapia de casal, ao menos até as coisas se resolverem entre vocês.

4 – “Sou muito sozinho(a) e quero um filho para me fazer companhia e cuidar de mim quando for mais velho(a).” Filhos devem ser criados para o mundo.  Nada nos garante que um filho vai ficar para sempre por perto, que terá disponibilidade afetiva ou condições de cuidar de você consoante as suas expectativas.  Será que você não está sendo muito autocentrado nesta motivação?  E se o filho adoecer e ele precisar dos seus cuidados?  Ou se ele falecer antes de você?  Se acaso resolver desenvolver sua vida profissional lá do outro lado do mundo? E se ele se casar com alguém que você não suporta? Sugiro veementemente traçar outros planos para o seu futuro.  Você vai encontrar outros caminhos.

5 – “Amo muito meu cônjuge e ele sempre quis adotar.  Eu não tenho este desejo, mas por amor a ele irei adiante.”  A adoção, quando realizada por um casal, precisa ser uma decisão e desejo de ambos.  Muitas vezes a ideia parte de um, mas o outro precisa se envolver com a temática, conhecer mais sobre o assunto e deixar florescer em si a vontade de gerar filhos por meio da adoção.  Caso contrário, este filho corre o risco de continuar sendo órfão de um pai ou de uma mãe com quem precisa conviver diuturnamente. Isso é muito cruel.

6 – “Colocar a “culpa” de tudo o que não é bom na adoção.  Ah!  Viu o filho adotivo de fulano?  Ele é respondão e violento.  Garanto que isso vem do “sangue”. Ele não vai bem na escola e os pais adotivos são tão inteligentes! Mas ele não tem os genes deles.”  Antes de prosseguir com a adoção, estude um pouco mais sobre a influência do ambiente sobre a criança, sobre os impactos do trauma e a neuroplasticidade.  Adotar é se comprometer com processos, que podem ser longos, mas cada indivíduo vai se desenvolver e alcançar seu potencial se tiver o apoio constante e intencional de um adulto cuidador que o valida, encoraja, motiva e apoia.

7 – “Vou adotar porque sou caridoso e quero fazer o bem a uma criança. Conhece alguém que um dia acordou e falou: -Amor, vamos fazer um bem para a sociedade: vamos engravidar!”. Pode até ser… mas geralmente não é assim.  Queremos ter filhos porque desejamos exercer a parentalidade, deixar um legado, constituir uma família… Quando a motivação da caridade é muito forte, esperamos gratidão em troca.  Quando você dá uma cesta básica a uma família necessitada, você espera ao menos um “obrigado”, mas aquilo não gera pertencimento, compromisso.  Adoção incide em pertencer, se tornar uma só família, sermos parte inseparável um do outro.  E vamos combinar uma coisa?  Que criança é grata aos pais?  Que adolescente é grato à sua família?  Se você conhece algum, é a exceção das exceções.  Geralmente, começamos a reconhecer as atitudes dos nossos pais quando já somos adultos e vamos morar fora.  Na adoção não vai ser diferente.

8 – “A adoção é meu Plano B.  Se não conseguirmos engravidar, então a gente adota.”  Eu até entendo este tipo de pensamento, mas preciso lhe dizer que a adoção tem que se tornar o Plano A, senão você sempre vai achar que a sua família é uma família de segunda categoria, e isso não é verdade.  Filhos adotados foram realmente desejados, nos preparamos para tê-los, enfrentamos processos judiciais que são muitas vezes duros e difíceis, lutamos por eles. Ninguém conhece o valor de uma Certidão de Nascimento como um pai ou mãe adotivos.  Adoção é filiação de primeiríssima categoria.

Quer saber mais sobre adoção?  Siga meu instagram, @_sara_vargas_ , @pontesdeamor e @angaad_adocao

Ficou com alguma dúvida?  Concorda ou discorda de algum dos itens acima?  Deixe aqui seu comentário.  Vamos dialogar.

 

2 thoughts on “8 Razões para Você NÃO Adotar um Filho

  1. Noemí Mendes says:

    Oi Sara, amiga querida… Quão importante essa reflexão! Sua expertise na área da adoção é fundamental para trazer entendimento a respeito da temática. Grande abraço

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