Suicídio: Prevenir e Cuidar – O Papel das Escolas na Sociedade Moderna
O dia 10 de setembro é marcado como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, uma data que nos lembra da importância de abordar esse tema delicado, principalmente entre os jovens. Nas últimas décadas, temos observado um aumento preocupante nos índices de ideação suicida entre os jovens, e uma das razões para isso está intrinsecamente ligada à modernidade, ao mundo virtual e ao impacto das redes sociais em suas vidas.
A palavra suicídio é muito forte de se falar e ouvir. A sua origem etimológica vem do latim “sui caedere” que significa “matar-se”. “Essa prática não é atual, de acordo com estudos essa prática já era feita desde os gregos, onde os filósofos entendiam como um assassinato, e uma contemplação, pois era um método para se obter a liberdade em relação ao sofrimento”.
Nos últimos anos, temos testemunhado um aumento significativo nos casos de ideação suicida e suicídio consumado entre jovens. A modernidade trouxe consigo uma série de desafios, incluindo o excesso de tempo gasto em telas e nas redes sociais. Todos temos necessidade de pertencimento, porém, é na adolescência que essa necessidade deve ser muito entendida e respeitada. A pressão para se encaixar em padrões irreais, a exposição constante a imagens de sucesso e felicidade superficial nas mídias sociais e o isolamento virtual são fatores que têm contribuído para o aumento desses casos, principalmente pós pandemia.
As escolas podem ser aliadas da família e da sociedade no que diz respeito ao combate do suicídio, pois elas desempenham um papel muito importante na vida dos jovens, não apenas na transmissão de conhecimento, mas também na formação de valores e na promoção da saúde mental. Abordar o tema do suicídio nas escolas é essencial para que os estudantes compreendam a gravidade do problema e saibam onde buscar ajuda.
Precisamos buscar conhecimento sobre o assunto para que possamos ajudar esses jovens que nos cercam. O conhecimento é sempre o nosso melhor aliado. É importante saber por exemplo que o suicídio tem três etapas: inicia com a ideação, que pode partir para a tentativa e até chegar ao ato.
Jader Borges, especialista no assunto, escreve sobre os “5D” – que são os 5 sentimentos que podem desencadear as ideações suicidas. Segundo Borges esses sentimentos são:
- D- depressão
- D – desamparo
- D- desesperança
- D- desespero
- D- deslealdade capilar
De acordo com seus estudos, Borges afirma que se nos atentarmos a esses sintomas, possivelmente poderemos salvar uma vida.
Entre os jovens existem algumas maneiras de abordar o assunto, entre elas estão:
- Educação sobre Saúde Mental: Incluir a educação sobre saúde mental no currículo escolar, abordando temas como o estigma em torno das doenças mentais, como identificar sinais de alerta e onde buscar ajuda.
- Palestras e Workshops: Convidar especialistas e organizações de saúde mental para ministrar palestras e workshops nas escolas, promovendo a conscientização e a prevenção.
- Grupos de Apoio: Criar grupos de apoio nas escolas, onde os alunos possam compartilhar suas preocupações e experiências, sem julgamentos.
- Conversas Abertas: Promover discussões abertas sobre saúde mental em sala de aula, incentivando os estudantes a expressarem suas preocupações e dúvidas.
- Campanhas de Conscientização: Realizar campanhas regulares de conscientização sobre saúde mental, destacando recursos disponíveis e encorajando a busca de ajuda.
Portanto, o aumento dos casos de suicídio entre os jovens é um problema sério e complexo que deve ser enfrentado de maneira aberta e eficaz. As escolas desempenham um papel fundamental na prevenção, educação e apoio aos estudantes. Ao abordar o tema do suicídio e implementar medidas de prevenção, podemos criar um ambiente onde os jovens se sintam compreendidos, apoiados e capazes de buscar ajuda quando necessário. Juntos, podemos trabalhar para reduzir os índices de suicídio e construir um futuro mais saudável e esperançoso para as gerações vindouras.