Instinto Paterno

As mudanças significativas no papel da figura paterna nos dias atuais

 

A cada dia que passa, as famílias têm entendido a importância de falar mais sobre os sentimentos para ter mais afetividade, trocas e um bom relacionamento. Quanto mais saudável for o convívio dentro de um lar, mais haverá ganhos para todos os que estão envolvidos. Portanto, falar abertamente sobre a relação entre pais e filhos é essencial para o desenvolvimento e construção de laço afetivo mais forte e duradouro.

A figura paterna tem uma relevância importante para que a criança cresça saudável no aspecto emocional e, muitas vezes, com as novas e diversas composições familiares, nem sempre essa figura é o pai biológico e sim, aquele que substitui ou desempenha a função do pai biológico na vida de uma pessoa.

O relacionamento paternal tem sofrido mudança ao longo das décadas. Podemos dizer que hoje em dia houve uma aproximação maior entre pais e filhos, mas nem sempre foi assim. Devido as transformações sociais, culturais e familiares da nossa sociedade, o papel da figura paterna passou e ainda tem passado por mudanças significativas.

Em um tempo não tão distante, o papel do pai em uma família se resumia em: sustentar e mandar na casa, ser autoritário e impor ordens. Dificilmente víamos algum pai ser presente nos compromissos da família ou até mesmo alguma demonstração de afeto com os filhos. Esse estigma paternal tem mudado e, hoje em dia, a Ciência comprova que tornar-se pai é essencial para transformar a vida do homem, e que os benefícios desse papel não alcançam somente os filhos.

Estudos ligados à neurociência, realizados na Universidade de Bar-Ilan, em Israel, com pais de primeira viagem revelaram que os homens, ao descobrirem a paternidade, ficaram mais responsáveis, cuidadosos e atenciosos porque desenvolveram novas conexões neurais, potencializando sua capacidade de cuidar e proteger. O mais interessante na pesquisa é que todas as transformações acontecem, primeiramente, no cérebro, através da tomada de consciência sobre essa nova fase da vida. Diante disso, compreende-se que o famoso “instinto materno” também existe no homem.

No estudo, nota-se é que a intensidade da atividade neural no homem aumenta conforme o tempo em que se relacionam com os filhos, trazendo uma sensação de bem-estar para ambos.  Os cientistas afirmam que os níveis de ocitocina liberados nos momentos de afeto e carinho entre pais e filhos aumentam de maneira considerável. Ainda na pesquisa, foi revelado que quando o filho sorri para o pai durante situações simples como uma partida de futebol, troca de fraldas ou o primeiro dia na escola, o circuito de recompensa do homem é ativado, fortalecendo o vínculo entre os dois.

O homem que entende a importância e desfruta da alegria que a paternidade traz, é capaz de gerar ganhos emocionais eternos tanto para ele, quanto para seus descendentes, isso porque nessa relação saudável só pode trazer benefícios para todos.

As mudanças sociais têm colaborado para aumentar a presença paterna em casa e com os filhos e isso tem sido bom. Nos últimos anos, temos observado um significativo aumento da presença da mulher no mercado de trabalho. Esse avanço tem resultado em benefícios para a sociedade e para a família, uma vez que traz uma nova dinâmica na educação dos filhos através do privilégio que é ter a presença paternal mais efetiva na educação.

Essa relação possibilita o compartilhamento de responsabilidades, a construção de laços afetivos mais fortes e a exposição dos filhos a diferentes modelos de comportamento e valores, enriquecendo o desenvolvimento pessoal das crianças e fortalecendo os laços familiares. Portanto, o que temos a evidenciar é que a paternidade é um presente e que deve ser desfrutado ao máximo com os filhos e com a família.

Por: Thaise Cassette

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