É possível normalizar a frase: “Porque eu NÃO quero”, sem achar que está sendo rude.

Imagem: studiarapido.it

 

Por que estabelecer limites é sempre tão difícil?

Na nossa cultura, crescemos ouvindo que se dissermos “não”, seremos pessoas ruins, ou que iremos perder pessoas, que viveremos sozinhos e ninguém irá gostar de nós.

Mas, será que na prática é realmente assim?

Dizer “não” pode ser difícil para muitas pessoas devido a uma combinação de fatores psicológicos. Aqui estão algumas razões pelas quais isso pode ser tão desafiador:

  • Medo de rejeição: Muitas pessoas têm medo de serem rejeitadas ou de enfrentarem a desaprovação dos outros. Elas podem querer ser vistas como amigáveis, úteis, e o “não” pode parecer uma maneira de causar uma impressão negativa nas outras pessoas.
  • O medo de desagradar: Existe uma tendência natural de querer agradar as pessoas ao nosso redor. O “sim” pode ser uma forma de buscar aceitação social, evitar conflitos ou manter relacionamentos positivos, já o “não” pode parecer uma ameaça a essas conexões e pode causar muita ansiedade.
  • Sentimento de culpa: Algumas pessoas têm dificuldade em dizer “não” por que se sentem culpadas por não atender às necessidades dos outros, e se preocupam com o impacto negativo que essa recusa pode ter sobre a outra pessoa.
  • Necessidade de validação: Todo ser humano sente a necessidade de amar e ser amado, a busca pela aprovação do outro, pode estar relacionada à baixa autoestima e baixa autoconfiança.

Quando alguém consegue dizer “não”, está praticando autorrespeito, consegue realizar seus objetivos e propósitos, prospera, consegue ir para a vida e se jogar.

Quem diz muito “sim”, se prende numa gaiola, quem diz muito “sim” não se ama.

Normalizar o uso do “não” como uma resposta válida e respeitosa é essencial para estabelecer limites pessoais, promover relacionamentos saudáveis e cuidar do bem-estar emocional. Quer saber como dizer “não” de forma assertiva e respeitosa? Siga essas dicas:

  • Seja claro e direto desde o início ao responder um pedido. Evite usar linguagem ambígua ou desculpas elaboradas. Uma resposta simples e direta transmitirá sua posição de maneira clara.
  • Você pode usar uma linguagem amigável e gentil para manter uma atmosfera positiva. Por exemplo, você pode dizer: “Eu entendo que você tenha me pedido para fazer isso, mas infelizmente não posso ajudar neste momento.”
  • Se você não puder atender a uma solicitação, mas quiser ajudar de alguma forma, ofereça uma alternativa que esteja dentro de suas possibilidades. Isso mostra que você valoriza o relacionamento e está disposto a contribuir dentro de certos limites. Por exemplo: “Infelizmente, não posso fazer isso hoje, mas podemos encontrar outra solução ou agendar para outro momento.”
  • Em certas situações, pode ser útil explicar brevemente suas razões para dizer “não”. Isso pode ajudar a pessoa a entender sua perspectiva e reduzir qualquer sentimento de rejeição, no entanto, lembre-se de que você não é obrigado a justificar suas decisões.
  • É importante ser firme em sua resposta, mas ao mesmo tempo manter a educação e o respeito. Você pode reforçar sua posição sem ser rude ou agressivo.
  • Lembre-se de que dizer “não” não faz de você uma pessoa rude ou egoísta. É importante cuidar de si mesmo e respeitar seus próprios limites, pratique a autocompaixão, essa é uma forma de autocuidado.

Quanto mais normalizarmos a prática de dizer “não” de forma respeitosa e assertiva, mais compreensão e aceitação haverá em relação a essa resposta. Isso ajudará a criar relacionamentos mais saudáveis e equilibrados, baseados no respeito mútuo e no estabelecimento de limites pessoais.

Então, para essa semana vamos nos respeitar?

* O texto é uma contribuição da colega Psicóloga Ana Carolina Guimarães, que gentilmente escreveu para a coluna desta semana. Muito obrigada Carol, pela gentileza e pela parceria!

 

Psicóloga Ana Carolina Guimarães

CRP 04/62046

Psicóloga Clínica 

Instagram: @psi.carolguimaraes

Graduada em Psicologia pela PUC-GO – Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental pelo ICTC – Instituto Catarinense de Terapias Cognitivas

Especialista em Neuropsicologia pelo Instituto Suassuna

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