INDIRETAS NAS REDES SOCIAIS: SERÁ QUE ISSO É LEGAL!? SERÁ QUE É EDUCADO!?

E SE A CARAPUÇA SERVIR???

Atire a primeira pedra quem nunca teve vontade de lançar uma indireta nas redes sociais!

Mas será que isso é certo?

Imagem: Metrópoles

Hoje em dia, a vida das pessoas está, digamos, meio que um livro aberto. E isso também abre precedentes para as famosas indiretas ou desabafos na rede. Sabemos de cada passo que a pessoa dá, o que ela está fazendo, o que está comendo, pra onde viajou, ou que livro está lendo. Com essa falta de privacidade e com o falso anonimato que as redes sociais nos oferecem, muitas pessoas se sentem no direito de criticar os outros para que todo mundo veja. Essa ideia de que jogando as palavras “ao vento” eu posso me defender, dizendo que não era para aquela pessoa, ou a velha máxima, “se a carapuça serviu” criam uma falsa imagem de que a rede social é um lugar onde eu posso depositar todos os meus sentimentos sem me importar com o que os outros pensam de mim, ou o que é pior, sem me preocupar com o sentimento do outro (o que é mais grave ainda).

As tais indiretas, por exemplo. Não tem coisa mais deselegante, nas redes sociais, do que elas. Quer falar algo pra outra pessoa, converse pessoalmente, seja assertivo, diga o que incomoda, o que te chateou, mas sem se fazer de vítima, nem para a pessoa, e nem para o mundo que não tem nada a ver com o seu egocentrismo. Seja maduro e procure dialogar para aparar as arestas. Ou então, fique quieto e espere a resposta que o próprio tempo vai te dar. Tem momentos que o melhor a se fazer é ignorar. Há situações que o melhor a se fazer é ficar em silêncio. As indiretas, além de criarem mais intriga e gerarem mais desconforto, só servirão para mostrar a todos os seus contatos que você não tem domínio das emoções, que você é ansioso, ou frágil demais, e não tem inteligência emocional para resolver no âmbito pessoal e privado.

Do outro lado temos as pessoas que tem mania de perseguição, achando que toda e qualquer indireta ou frase, ou postagem é pra ela, contra ela. Ora bolas, será que isso não é se fazer de vítima? Talvez seja a hora de parar e refletir sobre esse comportamento.  Afinal, nem sempre o mundo está contra você, isso pode ser insegurança e falta de autoconfiança, baixa autoestima e sentimentos de rejeição, achando que o mundo está te criticando. Isso pode ser uma visão pessimista e errônea das pessoas e da vida.

Eu sinceramente acredito que vivemos em uma época em que as pessoas estão menos tolerantes e se utilizam das redes sociais, como se elas fossem um escudo que vai protegê-las do que elas querem lançar ao vento para atingir a quem desejam e a quem se sentir ofendido. A ideia de que estamos protegidos pela tela do computador dá uma falsa sensação de anonimato e de proteção, que confere um direito de dizer o que se bem entende sem se preocupar com as consequências. Mas não é bem assim.

O ideal é sempre a conversa. Até porque palavras escritas dão uma interpretação muito pessoal, e nem sempre elas foram ditas da maneira que a pessoa interpretou ou quis interpretar. Acho que lançar indiretas na rede é infantil, imaturo e sinônimo de baixa autoestima, problemas de personalidade e instabilidade emocional.  Porque a pessoa que se expressa dessa forma, é mais vulnerável e parece não ter coragem de enfrentar a realidade e o problema, e assim, ela pode se defender, dizendo que a indireta não era para aquela pessoa.

Pior ainda se o “destinatário” da indireta não der moral, aí sim, somado a tudo isso que eu citei, vem o sentimento de rejeição, porque sua indireta foi ignorada.

Outra coisa que é bastante deselegante nas redes sociais são aquelas conversas intermináveis, criticando e atacando, pra todo mundo ver… Eu disse PRA TODO MUNDO VER!!!!!! Minha gente, minha gente, roupa suja se lava em casa. Rede social é pra você compartilhar coisas boas, divulgar seu trabalho, atrair clientes, fazer amizades e divulgar conteúdos de interesse geral… Lavação de roupa suja, só em casa (ou na lavanderia, no caso, o consultório de um terapeuta rsrs), e se possível de forma mais educada e civilizada possível. Não gostou? Ignore e siga sua vida. Quem cuida da vida do outro, não prospera na sua.

 

Kátia Beal
Psicóloga – CRP 04/36616

 

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