Com o início do ano escolar, muitas famílias decidem por colocar as crianças menores também no ensino infantil, seja porque os pais precisam trabalhar, seja para estimular e socializar desde cedo.
Algumas crianças vão se acostumar de maneira mais tranquila, mas outras não. Muitas crianças poderão desenvolver a ansiedade de separação, que é quando ficar longe dos pais e cuidadores passa a ser um pouco angustiante.
A ansiedade de separação é até certo ponto normal, faz parte do desenvolvimento infantil e pode acontecer até mesmo em famílias bem estruturadas, com pais presentes, amorosos, participativos e com bom vínculo afetivo.
Por volta dos dois anos de idade ela tende a ir diminuindo, mas para algumas crianças isso pode permanecer um tempinho a mais, e se tornar algo mais importante.
Como os pais e os educadores podem auxiliar, se a ansiedade de separação estiver desencadeando ansiedade em frequentar o berçário, a creche ou a escola.
1- ACOLHIMENTO: Primeiramente acolher e validar o sentimento das crianças. Entender que é um momento desafiador para elas, que de fato pode gerar muita insegurança. Não faça pouco caso. Esteja junto com seu filho nesse momento de mudanças e de enfrentamento.
2- FIQUE UM TEMPINHO JUNTO NA ESCOLA: Num primeiro momento é ficar na escola por um período até que a criança consiga se ambientar um pouco mais, explorando todos os espaços. Esse movimento facilita bastante a adaptação dos pequenos.
3- NÃO SAIA ESCONDIDO: Diga para a criança que você só pode ficar por um momento e que você precisa ir, explique os motivos e diga quando estará de volta, tranquilizando-a que se, caso ela precisar, a escola entrará em contato.
4- TENTE CUMPRIR O HORÁRIO DE BUSCAR: As crianças menores podem ficar com medo de os pais não voltarem para buscá-las caso os pais demorem muito. No entanto, sabemos que imprevistos acontecem, e nesse caso, explique os motivos à criança.
5- AJA COM TRANQUILIDADE NOS MOMENTOS DE DESPEDIDA: Fique tranquilo na hora de deixar os pequenos na escola. Se a criança percebe que também estamos angustiados, ela vai achar que não confiamos na escola e que estamos sofrendo. Se demonstrarmos tristeza, medo ou culpa nessa hora, a criança pode entender que ficar na escola é algo que faz os pais sofrerem, e pode achar que é algo ruim, emparelhando, modelando e associando a chegada na escola como algo que deixa os pais tristes.
6- NÃO DIGA PARA NÃO CHORAR: Se a criança chorar, valide esse comportamento, dizendo que ela pode sim chorar, e que não problema nenhum nisso. Logo ela vai se envolver em atividades, brincadeiras, se socializar e a escola vai se tornar algo prazeroso. Nunca diga que é besteira chorar.
7- CONVERSE SEMPRE COM A ESCOLA: Peça ajuda aos professores, aos pedagogos, à coordenação, à direção, aos monitores. O bom diálogo com a escola favorece as boas relações e aumenta a confiança nas pessoas e no ambiente que escolhemos para os nossos filhos.
E se nada funcionar? E se isso persistir?
Se nada disso funcionar:
8- BUSQUE AJUDA: se nada disso funcionar, talvez seja interessante buscar a ajuda de um profissional, um psicólogo para auxiliar tanto a criança quanto à família nesse processo de adaptação escolar e prevenindo também questões mais graves de saúde na idade adulta. A boa resolução de problemas na infância, favorece o bom desenvolvimento da saúde mental e previne transtornos mais graves no futuro.
Kátia Beal
Psicóloga – CRP 04/36616
