O QUE É O LUTO?
Quando perdemos alguém que amamos, podemos passar pelos mais variados sentimentos, desde tristeza, choro, culpa, ansiedade, solidão, alterações de sono e apetite, aumento ou perda da fé, isolamento e até raiva.
Fonte: otvfoco.com.br
Isso porque o luto é um conjunto de reações, pensamentos, emoções, sentimentos e comportamentos relacionados a uma perda significativa. O luto, é portanto, uma resposta ao sofrimento, à dor da perda.
Fonte: Unicamp
John Bowlby, um teórico que estudou sobre o apego, disse que quanto maior o apego à pessoa que perdemos, maior o sofrimento. A Dra Ana Claudia Quintana Arantes, autora do livro “A MORTE É UM DIA QUE VALE A PENA VIVER” pontuou que “a dor do luto é proporcional à intensidade do amor vivido na relação que foi rompida pela morte, mas também é por meio desse amor, que conseguiremos nos reconstruir”.
O luto é sentido de maneira diferentes entre as pessoas. Quando a pessoa passa pelo processo de enlutamento, mas logo consegue retomar às suas atividades, ainda que com sentimentos de saudade e sofrimento, mas com boa aceitação, ele é considerado um luto normal.
Mas se a pessoa experimenta uma desorganização prolongada em sua vida, e a dor é tanta que não consegue retomar às suas atividades, mesmo após alguns meses, pode ser que ela esteja vivenciando o luto complexo ou patológico. Junto com o luto complexo pode vir a depressão, impulsos autodestrutivos e uma dificuldade enorme de aceitação.
O processo de luto é muito particular, muito privado, de uma pessoa para outra, pois pode estar ligado aos valores de cada indivíduo, ao relacionamento, aos recursos internos de enfrentamento, e também à maneira como a perda aconteceu. Homicídios, latrocínios, uma doença fulminante, um acidente ou um suicídio, poderão ser mais devastadores do que uma causa natural causada por idade avançada, por exemplo.
Fonte: minutootaku
AS FASES DO LUTO
Elizabeth Klüber-Ross, psiquiatra suíça-americana, autora do livro “SOBRE A MORTE E O MORRER”, estudou por muitos anos o processo do luto e suas fases, e ela considera que quando sofremos uma perda, podemos passar pelos seguintes estágios:
1- Negação: é primeira e mais imediata reação quando recebemos a notícia de que alguém morreu. Frases como “isso não pode ser verdade”, “eu não acredito nisso”, “isso não está acontecendo”, são as frases mais comuns nesse estágio. Isso porque essa negação teria como objetivo nos proteger de uma verdade doída de encarar. Nessa fase, pode acontecer de a pessoa querer se isolar;
2- Raiva: nesta fase podem vir os sentimentos de raiva, angústia, ódio, desespero, medo, culpa, frustração. Pode ser que a pessoa fique agressiva e aja rispidamente com ou outros. Também pode ser que tente lidar com os sentimentos buscando refúgio com bebida ou manifeste outros comportamentos autodestrutivos. Em outras palavras, ela fica revoltada com o mundo;
3- Barganha: a pessoa enlutada tenta negociar com ela mesma ou com Deus por exemplo, falando coisas do tipo: “e se eu tivesse feito isso”, ou “Deus, por favor, se eu fizer tal coisa, eu posso reverter a situação?”. Mesmo que a pessoa saiba que quem morreu não irá voltar, e que essa barganha não é possível, ela continua pensando para poder consolar-se a si própria;
4- Depressão: diferente da tristeza que ocorre logo após o falecimento, nessa fase o sofrimento é gigantesco e pode se prolongar por dias, semanas, meses e até anos (luto complexo). Além da tristeza, do choro, pode acontecer de a pessoa querer se isolar de tudo e de todos, não conseguir se desfazer de objetos pessoais do falecido, não conseguir realizar suas atividades. Aqui, nessa fase, é muito importante o acompanhamento psicológico, para poder fazer com que a pessoa consiga elaborar o luto e chegar no 5º estágio que é a aceitação, e conseguir retomar a sua vida;
5- Aceitação: aqui é quando a pessoa consegue elaborar seu luto. Quando consegue sentir saudade de quem morreu, mas consegue aceitar essa perda que a vida lhe impôs. Os sentimentos de dor, de tristeza e de angústia já foram vivenciados e trabalhados e ela consegue ir retomando a sua vida. Aceitar não é nunca mais lembrar. Aceitar é entender a morte como um processo, e revisitar os pensamentos, mas de uma forma menos sofrida. Aceitar, e, por exemplo, visitar o túmulo, no dia de finados, e compreender que se a dor ainda persiste, é porque hoube muito amor, e que a saudade é fruto da tristeza pela morte e do amor que se sentiu em vida, e que ainda se sente…
Fonte: facilitaseguros
Eu desejo que o Dia de Finados seja um dia para lembrar de quem amamos, e que, conforme a crença de cada um, que vocês tenham conforto e paz no coração…
Kátia Beal
Psicóloga – CRP 04/36616