O sucesso de Pantanal

Deixando a década de 1990 para trás e chegando a épocas mais contemporâneas

 

“Pantanal”, remake produzido pela TV Globo exibida em 1990 é uma saga familiar que tem o amor e a natureza como protagonista. A trama, escrita por Benedito Ruy Barbosa, foi eleita a quarta melhor novela da televisão brasileira pela revista Veja e, mesmo considerada uma das telenovelas mais marcantes, “Pantanal” precisou ser adaptada aos tempos modernos. A nova versão feita por Bruno Luperi, neto do autor, teve sua primeira parte carregada de críticas e um grande público, atingindo números de audiência e chegando a  casa de 30 pontos, segundo o Ibope.

 

Mas qual seria o motivo de tanto sucesso na primeira fase?

Além de modificar boa parte do texto, a escolha do elenco atual foi um grande acerto. Bruna Linzmeyer fez Madeleine ganhar fã-clube. Juliana Paes entregou tudo como Maria Marruá, ao lado de Enrique Diaz. E Renato Goes fez José Leoncio virar crush de um país inteiro.

 

Pantanal acessou a memória afetiva daqueles que viram a versão original e despertou a curiosidade de quem só tinha ouvido falar da teledramaturgia brasileira.

 

O enredo traz a história de Juventino, maior peão do Pantanal, que ensina seu filho José Leôncio, desde criança, a ser um grande peão. A vida como peão os levou para o Pantanal, onde Juventino aprendeu a lição mais importante de sua vida: que a natureza pode mais que o homem. Em uma viagem ao Rio de Janeiro, José Leôncio se apaixona e casa-se com Madeleine. Os dois se mudam para o Pantanal onde nasce Jove (Jesuíta Barbosa). Insatisfeita com a vida no local, a carioca foge levando o bebê. O menino cresce longe das vistas do pai, que foi impedido de brigar pela guarda do filho.

 

Duas décadas se passaram e Jove descobre que seu pai está vivo e vai a sua procura. No cenário pantaneiro, conhece Juma Marruá (Alanis Guillen), filha de Maria Marruá e Gil, uma mulher forte, que aprendeu com a mãe a se defender do “bicho homem”, a espécie mais perigosa que pode vir a rondar a tapera onde mora.

 

Quase igual, mas diferente.

 

Nudez

A primeira versão foi marcada por apelo à nudez, o que era recorrente em produções da Rede nos anos 90. Pensando com mais delicadeza e de forma sutil a nova versão traz um cuidado maior com corpos femininos e masculinos.

 

Tecnologia

Com recursos tecnológicos utilizados na versão atual, reproduzir fenômenos naturais digitalmente com transmissão em 8k e animais em 3D trouxe uma realidade atípica.

 

Debates

Nas duas versões, a chegada de Jove levanta comentários homofóbicos por ser um rapaz criado em uma metrópole e tem sua sexualidade questionada por repudiar comportamento agressivo comum aos homens da região. Na versão atual, apesar de ainda existir piadas, as falas são enfrentadas com um pouco mais de firmeza.

 

Para a sequência dos conflitos, avançaremos 20 anos na história, deixando a década de 1990 para trás e chegando à épocas mais contemporâneas.

 

Isabella Matias

Publicitária
Diretora de Arte

Sócia Agência Jacarandá

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